LAQUEADURA TUBÁRIA COMO CAUSA DE INFERTILIDADE – AVALIAÇÃO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.5380/rmu.v1i2.40703Palavras-chave:
Esterilização tubária, reversão da esterilização, anticoncepção, tubas uterinas/cirurgia, infertilidade.Resumo
Introdução: A laqueadura tubária é um método definitivo de contracepção, utilizado por um quarto das mulheres brasileiras. Nos ambulatórios de infertilidade conjugal com certa frequência, são atendidas pacientes que solicitam a reversão cirúrgica da laqueadura, por diferentes razões. Objetivo: Avaliar a prevalência de consultas por essa causa, as características sócio-demográficas dessas mulheres e as razões que as levam a pedir reversão do procedimento. Métodos: Estudo retrospectivo analisando os prontuários médicos das mulheres que consultaram nos últimos cinco anos no ambulatório de anticoncepção/infertilidade do Hospital de Clínicas. Resultados: Foram analisados 2.767 prontuários. Destes, 237 pacientes (8,5%) consultaram por infertilidade, sendo 30 pacientes (12,66%) com pedido de reversão da laqueadura tubária. A média de idade era de 33,8 anos, enquanto a de seus parceiros era de 34 anos. Possuíam filhos em uniões anteriores 90% das mulheres. 56% dos filhos eram criados pela própria paciente e o restante dividia-se entre guarda compartilhada, isolada do ex-parceiro ou de parentes da paciente. Com relação ao parceiro, 30,4% possuíam filhos em outras uniões, sendo que em todos os casos os filhos eram criados pela ex-parceira. Os principais motivos para desejar a reversão do procedimento foram arrependimento e desejo de mais filhos (96,1%) e o parceiro desejar ter filhos (76,9%). Conclusão: Pela possibilidade de separação e de novos relacionamentos, além do arrependimento, sugere-se que em mulheres com até 30 anos de idade a orientação deva ser direcionada para métodos contraceptivos reversíveis.
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