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FERIDAS SUPERFICIAIS: FATORES TÉCNICOS ASSOCIADOS A COMPLICAÇÕES LOCAIS

Gustavo Moreira Clivatti, Felipe Augusto Cavichiolo, Fernando Bordin Teles, Adonis Nasr

Resumo


Introdução: O trauma é um grave problema de saúde pública com relevantes consequências sociais e econômicas. As feridas cutâneas traumáticas, apesar de menor gravidade, não fogem esta regra, pois além da grande prevalência em atendimentos emergenciais, suas vítimas, não raro, necessitam de afastamento de suas funções. Este estudo objetiva avaliar o atendimento inicial dessas feridas, estabelecendo correlações entre fatores técnicos empregados e resultado cicatricial não desejado ou presença de complicações locais. Métodos: Foi realizada uma análise prospectiva, longitudinal, observacional e analítica. Os dados foram coletados no Hospital do Trabalhador (Curitiba/PR) através de dois questionários: o primeiro no atendimento inicial no pronto socorro, e o segundo no retorno ambulatorial em 05 a 11 dias. Resultados: Foram avaliados 232 pacientes, com seguimento ambulatorial de 87. Do total da amostra, a maioria foi de homens (81,5%) com idade média de 38,5 anos. Quanto aos ferimentos, 55% foram corto-contusos, localizados em mãos e face (62,7%), e 86,7% menores do que 6,0 cm. O manejo inicial realizado foi limpeza com soro fisiológico (94,7%), sutura com ponto simples (98,85%), em número menor ou igual a 06 (75,7%), utilizando fio de nylon (98,25%) de tamanho 3-0 e 4-0 (85,2%). Antibioticoterapia foi prescrita para 42,7% dos pacientes. No retorno, observou-se deiscência de pontos em 13,80%, sinais de infecção em 14,95% e necrose em 19,5%. Conclusão: Maior quantidade de pontos na sutura, uso de substâncias tópicas domiciliares e antibioticoterapia apresentaram possível correlação com altas taxas de necrose, assim como aplicação de peróxido de hidrogênio com altas taxas de infecção.


Palavras-chave


Feridas, Cicatrização, Pronto-socorro

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rmu.v2i1.40668

DOI (PDF): http://dx.doi.org/10.5380/rmu.v2i1.40668.g24957

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