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O perfil tecnológico das exportações brasileiras: uma análise prospectiva para o período 1985-2004

Ricardo Schmidt, Mauricio Vaz Lobo Bittencourt

Resumo


O artigo realiza uma avaliação crítica do perfil das exportações brasileiras para o período 1985-2004. São utilizados os indicadores de market-share, vantagens comparativas reveladas (VCR) e contribuição ao saldo, além de se utilizar a matriz de competitividade para classificar os setores exportadores de acordo com o seu crescimento em termos absolutos (maior participação em um mercado específico) e se estes mercados apresentaram uma demanda mundialmente crescente. Estes indicadores auxiliam na análise dos setores de acordo com a taxonomia de regimes tecnológicos proposta por Pavitt (1984). Os principais resultados do trabalho apontam para: a) O Brasil continua a apresentar um perfil primário exportador, mesmo com todo o investimento e longo processo de industrialização; b) No que se refere ao dinamismo em termos de demanda, através da matriz de competitividade, temos uma significativa piora. A concentração maior de nossas exportações se dá em setores estagnados, ou seja, a participação brasileira, em termos de ganho de mercado se dá em mercados que cada vez crescem menos e que se situam abaixo da média de crescimento da demanda mundial. Isso demonstra um padrão de inserção ruim do ponto de vista keynesiano; c) Do ponto de vista tecnológico o Brasil apresenta maiores market-share, VCR e participação no total de exportações em setores com regimes tecnológicos mais simples, além do que, estes são os setores que mais contribuem ao saldo comercial do país. Quando partimos para setores com regimes tecnológicos mais complexos, percebemos que apesar do aumento de sua participação percentual em nossas exportações estes continuam apresentando market-share muito pequenos, não apresentamos especialização nestes setores e além do mais contribuem negativamente (ou muito pouco posivamente) ao saldo comercial.

Palavras-chave


Especialização; Estrutura produtiva; Regimes tecnológicos; Competitividade das exportações; Crescimento.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/ret.v6i3.26964