ENTRE RELIGIÃO E POLÍTICA: DIVERGÊNCIAS NA RECEPÇÃO OCIDENTAL DE MIKHAIL BAKHTIN
DOI:
https://doi.org/10.5380/rt.v3i1.37703Parole chiave:
Mikhail Bakhtin, Recepção ocidental, Institucionalidades, Política, ReligiãoAbstract
A leitura do russo Mikhail Bakhtin, nos países ocidentais, está atravessada pela diversidade em focos institucionais, marcados fundamentalmente por uma visão religiosa, de um lado, e por uma visão política, de outro. Dentre diversos estudiosos mundiais desse pensador, observa-se que a primeira visão encontrou guarida especialmente nos Estados Unidos da América, enquanto a segunda vem sendo defendida no Brasil. Tal diversidade está ligada à sua larga produção teórica sobre diferentes temas do conhecimento humano, dentre os quais tradicionalmente destacam-se suas contribuições à crítica literária, à linguística e à filosofia da linguagem. Analisando-se especificamente as diferenças de sua leitura entre os Estados Unidos e o Brasil, nota-se que a produção acadêmica sobre sua teoria começou a desenvolverse com profundidade na década de 1980. A pesquisa mostrou que, na interpretação estadunidense vinculada à Yale University, Bakhtin é visto como um pensador cristão, que a despeito dos expurgos e da censura soviética, logrou traduzir em termos de uma filosofia da linguagem seu pensamento teológico pautado em uma visão não institucional do cristianismo ortodoxo oriental; enquanto no âmbito brasileiro da Universidade Federal do Paraná nota-se um Bakhtin fundamentalmente materialista, cujos conceitos partem das análises dialéticas. O objetivo deste estudo consistiu, portanto, na discussão acerca da recepção institucional das teorias de Mikhail Bakhtin no Ocidente.
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