RELIGIÃO E NEGACIONISMO NO CENÁRIO DA PANDEMIA DA COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/rt.v10i2.82400

Palavras-chave:

Religião. Negacionismo. Pandemia. Silas Malafaia.

Resumo

Com a pandemia de Covid-19 e a onda negacionista no país em relação ao tema, o artigo aborda a religião midiatizada e a relação de pentecostais e neopentecostais em assuntos de cunho político e social, neste caso, questões sobre saúde pública. A partir da fundamentação teórica bibliográfica, intenta-se discutir religião e mídia no contexto atual, tendo como base Martino (2012), Cunha (2015) e Sodré (2006); em seguida, amparou-se as teorias por meio de uma análise conteudística do pronunciamento do Pastor Silas Malafaia no vídeo intitulado “O ódio a Bolsonaro e às religiões em tempo de pandemia”, a fim de evidenciar a importância de se considerar discursos de figuras religiosas que possuem grande visibilidade pública na produção de sentidos e na criação de modelos de comportamento. 

Biografia do Autor

Bruna de Mello Franco, UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho" FAAC - Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design Bauru, São Paulo.

Graduada em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Sagrado Coração - USC (Bauru - SP). Possui experiência em Agência de Publicidade nas áreas de Atendimento e Planejamento. Atualmente é bolsista como Facilitadora de cursos na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e é pesquisadora desenvolvendo o projeto de mestrado sobre comunicação, religião e política no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) na Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design (FAAC) - UNESP, Campus de Bauru. É participante do Grupo de Pesquisa Mídia e Sociedade e tem interesse nos estudos da Comunicação na era Digital; Comunicação, cultura e sociedade; Processos midiáticos; Práticas Socioculturais.

Maximiliano Martin Vicente, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, no campus de Bauru.

Graduação em História pela Universidade do Sagrado Coração (1982), mestrado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1987) e doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (1996). Livre-docente em História do Brasil em 2008. Atualmente é professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, no campus de Bauru. Tem experiência no ensino nos cursos de Comunicação Social, na área de História do Brasil e Realidade Socioeconômica e Política Brasileira Contemporânea. Atua no programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da UNESP onde orienta pesquisas na área de processos Midiáticos e Práticas Socioculturais e leciona a disciplina Comunicação e História na Nova Ordem Internacional. Desenvolve pesquisas relacionadas a comunicação alternativa e contra hegemônica.

Referências

BARBERO, J. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da comunicação no novo século. In: MORAES, D. Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. Parte I, p.51-79.

BRATOSIN, S; PAES, P. Midiatização da Religião. Revista Pauta Geral – Estudos em Jornalismo, Ponta Grossa, v. 4, n.1, p.144- 51, 2017. Disponível em: <https://revistas2.uepg.br/index.php/pauta/article/view/9830>. Acesso em: 3 jun. 2021.

BOTELHO, M. O problema do discurso religioso nas sociedades líquidas e a efetivação do direito fundamental à liberdade de crença. Revista Direito e Liberdade, Natal, v. 20, n.1, p. 113 – 140, 2018. Disponível em: <https://redib.org/Record/oai_articulo1505890-o-problema-do-discurso-religioso-nas-sociedades-l%C3%ADquidas-e-a-efetiva%C3%A7%C3%A3o-do-direito-fundamental-%C3%A0-liberdade-de-cren%C3%A7a--problem-religious-discourse-liquid-societies-enforcement-fundamental-right-freedom-belief >. Acesso em: 4 jun. 2021.

CAMPOS, N; VIEIRA, R. A persuasividade do discurso religioso. Revista Linguagens, Blumenau, v.8, n.1, 2014. Disponível em: <https://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/4089>. Acesso em: 8 jun. 2021.

CASTELLS, M. Inovação, liberdade e poder na era da informação. In: MORAES, D. Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. Parte II, p.225-231.

CASTELLS, M. O poder da comunicação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013.

CUNHA, M. Elucidações contemporâneas nos estudos brasileiros em mídia e religião: a perspectiva das mediações culturais e comunicacionais. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v.23, n.2, 2016. Disponível em: <https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/22280>. Acesso em: 9 jun. 2021.

CUNHA, M. Interseções e interações entre mídia, religião e mercado: um objeto dinâmico e instigante. HORIZONTE - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião, Belo Horizonte, v. 12, n. 34, p. 284-289, 2014. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/P.2175-5841.2014v12n34p284>. Acesso em: 5 jun. 2021.

FARGE, E; REVILL, J. OMS: número global de mortes por covid-19 pode estar subestimado. Agência Brasil, 2021. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2021-05/oms-numero-global-de-mortes-por-covid-19-pode-estar-subestimado>. Acesso em: 10 jun. 2021.

HEPP, A. Da Midiatização à Midiatização profunda. In: FERREIRA, J. et al. (Org.). Midiatização, polarização e intolerância (entre ambientes, meios e circulações). Santa Maria: FACOS – UFSM, 2020. Parte I, p. 23-37. Disponível em: <http://www.guaritadigital.com.br/facos-ufsm/midiatizacao/index.html>. Acesso em: 22 jul. 2021.

MALAFAIA, Silas. O ódio a Bolsonaro e às religiões em tempo de pandemia. Youtube, 27 ago. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=u4xTMUB_als>. Acesso em: 5 jun. 2021.

MAPA da vacinação contra Covid-19 no Brasil. G1, 2021. Disponível em: <https://especiais.g1.globo.com/bemestar/vacina/2021/mapa-brasil-vacina-covid/>. Acesso em: 3 jun. 2021.

MARTINO, L. A religião midiatizada nas fronteiras entre público e privado: uma abordagem teórico-crítica. Revista C-Legenda, Niterói, n.26, 2012. Disponível em: <https://periodicos.uff.br/ciberlegenda/article/view/36904>. Acesso em: 9 jun. 2021.

MARTINO, L. Mediação e midiatização da religião em suas articulações teóricas e práticas: um levantamento de hipóteses e problemáticas. In: MATTOS, M; JANOTTI, J; JACKS, N. (Orgs.). Mediação e Midiatização. Salvador: EDUFBA; Brasília: Compós, 2012, Parte I, p. 219-244.

MINHA História. Silas Malafaia, 2020. Disponível em: <https://www.silasmalafaia.com/minha-historia/>. Acesso em 11 jun.2021.

MOREL, A. Negacionismo da Covid-19 e educação popular em saúde: para

além da necropolítica. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 19, 2021. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/tes/a/pnVbDRJBcdHy5K6NSc4X65f/ >. Acesso em: 10 jun. 2021.

NETO, A. L. G. O uso político da religião e o uso religioso da política: como a defesa de pautas morais indica uma compressão de gênero. Revista INTERAÇÕES, Belo Horizonte, v. 12, n. 22, p. 323-342, 2017. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/P.1983-2478.2017v12n22p323>. Acesso em 10 jun. 2021.

NODARI, P. C.; KRINDGES, S. M. Notas sobre ética, religião e mídia. Revista INTERAÇÕES, Belo Horizonte, v. 9, n. 15, p. 144-167, 2014. Disponível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/interacoes/article/view/P.1983-2478.2014v9n15p144>. Acesso em: 8 jul. 2021.

OMS, Europa e Anvisa não recomendam cloroquina para tratar a Covid-19. CNN, 2021. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/saude/2021/05/25/entenda-as-recomendacoes-das-instituicoes-de-saude-contra-o-uso-de-cloroquina>. Acesso em: 4 jun. 2021.

O que é a Covid-19? Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/o-que-e-o-coronavirus>. Acesso em: 9 jun. 2021.

PENÃ-ALFARO, A. Estratégias discursivas de persuasão em um discurso religioso neopentecostal, 2005. 246 f. Tese (Doutorado em Linguística) apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7707>. Acesso em: 8 jun. 2021.

PINHEIRO, L. Brasil termina agosto com 28.947 mortes pela Covid-19, apontam secretarias de Saúde; especialistas alertam que a pandemia não acabou. G1, 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/09/03/brasil-termina-agosto-com-28947-mortes-pela-covid-19-apontam-secretarias-de-saude-especialistas-alertam-que-pandemia-nao-acabou.ghtml>. Acesso em: 5 jun. 2021.

SILVA, L. Religião e Política no Brasil. Revista Latinoamérica, Cidade Do México, n.64, p.223-256, 2017. Disponível em: <http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1665-85742017000100223 >. Acesso em: 11 jun. 2021.

SODRÉ, Muniz. A antropológica do espelho. Petrópolis: Vozes, 2006.

TOTAL de mortos pela Covid-19 no Brasil chega a 563.151. Uol Economia, 2021. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2021/08/08/total-de-mortos-pela-covid-19-no-brasil-chega-a-563151.htm>. Acesso em 3 jun. 2021.

VALLA, V. Mediadores, saúde e religião em Educação popular. Revista Cultura Vozes, Rio de Janeiro, v.96, n.5, 2002. Disponível em: <https://www.victorvincentvalla.com.br/wp-content/uploads/Mediadores-sa%C3%BAde-e-religi%C3%A3o-em-educa%C3%A7%C3%A3o-Popular.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2021.

VEJA quais deputados e senadores fazem parte da bancada evangélica. Congresso em foco, 2020. Disponível em: <https://congressoemfoco.uol.com.br/legislativo/veja-quais-deputados-e-senadores-fazem-parte-da-bancada-evangelica/>. Acesso em: 10 jun. 2021.

WEEKLY epidemiological update on COVID-19 - 1 June. World Health Organization, 2021. Disponível em: <https://www.who.int/publications/m/item/weekly-epidemiological-update-on-covid-19---1-june-2021>. Acesso em 4 jun. 2021.

Downloads

Publicado

2021-12-13

Como Citar

Franco, B. de M., & Vicente, M. M. (2021). RELIGIÃO E NEGACIONISMO NO CENÁRIO DA PANDEMIA DA COVID-19. Revista Relegens Thréskeia, 10(2), 78–99. https://doi.org/10.5380/rt.v10i2.82400

Edição

v. 10 n. 2 (2021)

Seção

Seção Temática

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

  1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
  2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
  3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).