Open Journal Systems

“AS ESCOLAS PÚBLICAS NO BRASIL ESTÃO PREPARADAS PARA A DIVERSIDADE RELIGIOSA?”

Franciele Rodrigues, Fábio Lanza, Ileizi Luciana Fiorelli Silva, Luis Gustavo Patrocino

Resumo


Neste trabalho procuraremos refletir sobre como a diversidade religiosa tem sido tratada no âmbito das escolas públicas. Assim, nos atentaremos, especialmente, as maneiras como as religiões de matriz africana, enquanto elemento cultural de tais povos, estão sendo abordadas no cotidiano escolar. As tradições religiosas afro-brasileiras são contempladas por atividades pedagógicas, haja vista a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura afro-brasileira na educação básica? Intentando responder essa inquietação, partiremos dos olhares de 711 estudantes do ensino médio pertencentes a oito escolas estaduais do Núcleo Regional de Educação de Londrina-PR. Tais amostras foram estudadas por meio da análise estatística e à luz das contribuições da Sociologia das Religiões. Verificamos que, segundo grande parte dos discentes, embora ocorreram iniciativas que valorizem a História e a Cultura Afro-Brasileira em suas escolas, ações formativas acerca das religiões de matriz africana raramente são realizadas, havendo, portanto, grande resistência no trato dessa temática em suas unidades escolares.


Palavras-chave


Diversidade; religiões; escola; Londrina-PR.

Texto completo:

PDF

Referências


BAKKE, Rachel R. B. Na escola com os orixás: o ensino das religiões afro-brasileiras na aplicação da Lei 10.639. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), 2011.

BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil: contribuição a uma sociologia das interpretações de civilizações. Tradução de Maria Eloísa Capellato e Olívia Krähenbühl. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 2ª ed., 1985.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Pierre Bourdieu; tradução Fernando Tomaz (português de Portugal) – 3ª ed. – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2000.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio. Acesso em: 29 de junho de 2017.

BUSTOS, Vinicius dos S. M.; LANZA, Fábio.; PATROCINO, Luis G. As práticas religiosas dos professores nas escolas de Londrina: uma análise sobre a intolerância religiosa. In: Caderno de ANAIS V Seminário Internacional de Práticas Religiosas no Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), Londrina: UEL, 2016.

CAMURÇA, Marcelo. Entre sincretismos e “guerras santas”. Revista USP. São Paulo, n. 81, março/maio 2009. FRASER, Nancy. Reconhecimento sem ética? Revista Lua Nova, USP. São Paulo, 70: 101-138, 2007.

GOFFMAN, Erving. Estigma – notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Publicação original: 1988. Digitalização: 2004.

GUALBERTO, Marcio Alexandre M. Mapa da intolerância religiosa – 2011. Violação ao Direito de Culto no Brasil. Rio de Janeiro, 2011.

LANZA, Fábio.; RODRIGUES, Franciele.; SILVA, Ileizi L. Fiorelli. Diversidade religiosa nas escolas públicas: olhares para a formação de professores. In: Caderno de ANAIS VI Seminário Internacional de Práticas Religiosas no Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), Londrina: UEL, 2017.

MONTEIRO, Paula. Religião, Pluralismo e Esfera Pública no Brasil. Novos Estudos. São Paulo: CEBRAP, n. 74, mar 2006.

RODRIGUES, Elisa. Ensino religioso, tolerância e cidadania na escola pública. Numen, Juiz de Fora, v. 16, n. 1, p. 763-782, 2013. Disponível em: http://numen.ufjf.emnuvens.com.br/numen/article/view/2126/1935. Acesso em: 25 set. 2017.

SARAMAGO, José. Um ateu preocupado com Deus. In: Saramago nas Suas Palavras. Edição e seleção de Fernando Gómez Aguilera, Lisboa: Editorial Caminho, 2010.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rt.v8i1.67897