VEGETAÇÃO NATURAL POTENCIAL E MAPEAMENTO DA VEGETAÇÃO E USOS ATUAIS DAS TERRAS DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA, IPERÓ/SP: CONSERVAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL

Autores

  • Oriana Aparecida FÁVERO
  • João Carlos NUCCI
  • Mário de BIASI

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v8i0.3383

Palavras-chave:

FLONA de Ipanema, unidade de conservação, vegetação potencial, usos das terras, plano de gestão, Ipanema National Forest, protected area, potential vegetation, land uses, management plan.

Resumo

Visando contribuir para o Plano de Gestão (Manejo) da Floresta Nacional de Ipanema (FLONA), o presente trabalho objetivou espacializar sua vegetação natural potencial e realizar o mapeamento da vegetação e usos atuais das terras, oferecendo subsídios básicos para seu planejamento ambiental. Para tanto, foi elaborado um croqui, espacializando a vegetação potencial da FLONA, utilizando: as descrições da paisagem de viagens de naturalistas (Saint-Hilaire, Spix e Martius) ao Brasil, no século XIX; estudos mais recentes sobre a vegetação da FLONA e a caracterização edáfica da área apresentada pela Carta de Solos da Fazenda Ipanema (escala 1:10.000). Com base na interpretação de fotos aéreas (escala 1:25.000 Terrafoto, 1972) e verificações de campo, organizou-se o mapa de Vegetação e Usos Atuais das Terras (na escala 1:35.000). Considerando-se os conceitos de clímax climático e clímaces edáficos concluiuse que a vegetação potencial da FLONA seria de Floresta Estacional Semidecidual com manchas das diversas fisionomias de cerrado, limitadas em seu desenvolvimento pela ação do fogo, que no passado teria causas naturais.

The potential natural vegetation and current land use mapping of Ipanema National Forest, Iperó/SP: conservation and environmental management

Abstract

Aiming at contributing to the management plan of the Ipanema National Forest, the present research set out to make a map of the potential natural vegetation and land current usage, offering basic aid to environmental planning. Moreover, a sketch-map was prepared, the potential FLONA vegetation, by means of: details of naturalists trekking routes (Saint- Hilaire, Spix and Martius) in Brazil, in the nineteenth century; more recent studies of the FLONA vegetation; and the edaphic characterization of the area presented by the Soil Chart of Ipanema Farm (scale 1:10.000). Data were collected based on the interpretation of aerial photos (scale 1:25.000 Terrafoto, 1972) and site inspections, as well as the map of Vegetation and the Current Usage of the Land (scale 1:35.000). Based on the concepts of climatic climax and edaphic climaxes it was concluded that FLONA potential vegetation would be a seasonal semi-deciduous forest with diverse semblances of scrub land, restricted in its development by fire acts, which in the past were natural causes.

Referências

AB’SABER, A. N. Domínios morfoclimáticos e provínciasfitogeográficas do Brasil. Orientação n. 3, Instituto de Geo-grafia/USP, 1967, p. 45-48.

ALBUQUERQUE, G. B. Floresta Nacional de Ipanema: Ca-racterização da Vegetação em Dois Trechos Distintos do Morrode Araçoiaba, Iperó (SP). Piracicaba. Dissertação (Mestradoem Ciências Florestais) – ESALQ/USP, 1999, 186p.

BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global, Esbo-ço Metodológico. São Paulo. Caderno de Ciências da Terra -Revista do DG- FFLCH/USP, n.13, 1972, p. 1-27.

BRASIL.Constituição da República Federativa do Brasil.Brasília: DF. Senado, 1988.

BRASIL. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio deJaneiro. Série Manuais Técnicos em Geociências, n. 1, 1992,92p.

BRASIL.Mapa de Vegetação do Brasil, na escala 1:5.000.000,1993.BRASIL.Resolução CONAMA n. 001 de 31 de janeiro de1994. Disponível em: . Acessoem: 21 ago 2000.

BRASIL.LEI no. 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sis-tema Nacional de Unidades de Conservação do Brasil(SNUC). Disponível em: . Aces-so em: 21 ago 2000.

EITEN, G. A Vegetação do Estado de São Paulo. São Paulo.Boletim do Instituto de Botânica, v. 7, 1970.

FÁVERO, O. A. Do Berço da Siderurgia Brasileira à Conser-vação de Recursos Naturais - Um Estudo da Paisagem daFloresta Nacional de Ipanema (Iperó/SP). São Paulo. Disser-tação (Mestrado em Ciências - Geografia Humana) – DG/FFLCH/USP, 2001, 257p.

GÓMEZ OREA, D. El Medio Fisico y la Planificación. Madrid.Cuadernos del CIFCA. (v. 1 e v. 2), 1978.

HUECK, K. Mapa fitogeográfico do Estado de São Paulo. SãoPaulo. Boletim Paulista de Geografia, n. 22, 1956, p. 19-25.

McHARG, I. L. Design with Nature. New York. Paperbackedition. The American Museum of Natural History, 1971, 198p.

MICHALSKI, F. Ecologia de Carnívoros em Área Alterada noSudeste do Brasil. Porto Alegre. Dissertação (Mestrado emCiências Biológicas) - Instituto de Biociências, UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, 2000, 98p.

MONTEIRO, C. A. de F. A Dinâmica Climática e as Chuvasno Estado de São Paulo. São Paulo: IGEOG/USP, 1973, 129p.(Estudo geográfico sob forma de atlas).

MONTEIRO, C. A. de F. Geossistemas:a História de umaProcura. São Paulo: Contexto, 2000, 127p.

NAVEH, Z.; LIEBERMAN, A.S. Landscape Ecology. Theoryand Application. New York: Spring-Verlag, 1983.

NUCCI, J. C. Qualidade Ambiental e Adensamento Urbano.São Paulo: HUMANITAS/FAPESP, 2001, 236p.

ODUM, E. P. Ecologia. Rio de Janeiro: Discos CBS(Interamericana), 1985, 434p.

RANZANI, G.et al. Carta de Solos da Fazenda Ipanema.Piracicaba.

PROJETO ETA-70 (Ministério da Agricultura/Es-critório Técnico da Agricultura/ESALQ-USP), 1965, 52p.

REGALADO, L. B. Composição e Distribuição de AvesPasseriformes em uma Parcela de Mata do Morro deAraçoiaba (Floresta Nacional de Ipanema – Iperó/SP) Utili-zando um Sistema de Informações Geográficas São Carlos.Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental)- Escola de Engenharia, Universidade Federal de São Carlos,1999, 118p.

RIZZINI, C. T. Tratado de Fitogeografia do Brasil. São Paulo:EDUSP/HUCITEC, 1963, 374p.

SAINT-HILAIRE, A.Viagem à Província de São Paulo eResumos das Viagens ao Brasil, Província Cisplatina eMissões do Paraguay. São Paulo: Martins Fontes/EDUSP,1972.

SALOMÃO, R. de P.; NEPSTAD, D. C.; VIEIRA, I. C. G..Biomassa e estoque de carbono de florestas tropicais primáriae secundária. In: GASCON, C.; MOUTINHO, P. (Eds.) FlorestaAmazônica: dinâmica, regeneração e manejo. Manaus: INPA,1998, 373p.

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE,COORDENADORIA DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS, DOCU-MENTAÇÃO E PESQUISA AMBIENTAL, INSTITUTO FLO-RESTAL (SMA/CINP/IF). Inventário Florestal do Estado deSão Paulo. São Paulo: IF, 1993, 198p. il.

SETZER, J. O Clima do Estado de São Paulo. Rio de Janei-ro: IBGE, Boletim Geográfico, n. 19, 1944.

SPIX, J. B. Viagem pelo Brasil: 1817-1820/Spix e Martius.Belo Horizonte: Ed. Itatiaia. São Paulo: EDUSP. (ColeçãoReconquista do Brasil; nova sér.; v. 46, 1981.

TAVARES, R. O Clima Local de Sorocaba (SP): Tendências eAnálise Comparativa Cidade - Campo. São Paulo. Disserta-ção (Mestrado em Ciências - Geografia Humana) – DG/FFLCH/USP, 1997.

TROPPMAIR, H. A cobertura vegetal primitiva do Estado deSão Paulo. Biogeografia, n. 1, Instituto de Geografia/USP,1969, p. 1-11.

VITOR, M. A. M. A Devastação Florestal. São Paulo. Rev. daSociedade Brasileira de Silvicultura, 1975, 48p.

Downloads

Como Citar

FÁVERO, O. A., NUCCI, J. C., & de BIASI, M. (2004). VEGETAÇÃO NATURAL POTENCIAL E MAPEAMENTO DA VEGETAÇÃO E USOS ATUAIS DAS TERRAS DA FLORESTA NACIONAL DE IPANEMA, IPERÓ/SP: CONSERVAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 8. https://doi.org/10.5380/raega.v8i0.3383

Edição

Seção

Artigos