CARTOGRAFIA GEOGRÁFICA: ENTRE O “JÁ-ESTABELECIDO” E O “NÃO- MAIS-SUFICIENTE”

Autores/as

  • Gisele Girardi Universidade Federal do Espirito Santo

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v30i0.36083

Palabras clave:

Formação superior em Geografia, linguagem cartográfica, espacialidades.

Resumen

“Cartografia Geográfica” designa o campo da formação superior em Geografia que se dedica à cartografia. Ao se considerar as diversas possibilidades de cartografias e espacialidades que coexistem no contemporâneo, propõe-se entender este campo num “entre” o “já-estabelecido” e o “não mais suficiente”. Ambos os domínios, tomados separadamente, podem ser considerados como despotencializadores da cartografia na Geografia. Contudo, no “entre” os dois domínios pode ser situada a pertinência e a riqueza de se fazer e pensar a cartografia na geografia na atualidade. O propósito deste texto é trazer elementos para dar visibilidade ao “entre” mencionado. Parte-se inicialmente de uma discussão sobre a linguagem e sobre os caminhos da semiótica cartográfica que, ao se inspirar na linguística estrutural voltou-se para dentro do mapa (arranjos de signos), imprimindo um modelo fortemente representacional para a cartografia, aqui identificado como o “já-estabelecido”. A seguir são apresentadas ideias de alguns autores contemporâneos que trazem abordagens pós-representacionais, que ressituam a relação entre a ciência (cartografia) e seu objeto (o mapa), pois, face às modificações contemporâneas de entendimento da espacialidade, o “já-estabelecido” passa a ser “não mais suficiente”. Nas considerações finais são delineadas algumas estratégias para se habitar este “entre” como potência criativa para expansão do campo da Cartografia geográfica.

Citas

ANDREWS, John Harwood.What was a map? The lexicographers reply. Cartographica, v. 33, n. 4, p. 1-11, 1996.

BARTHES, Roland. Mitologias. São Paulo: Bertrand Brasil, 1993.

BERTIN, Jacques. Sémiologie graphique: les diagrammes, les réseaux, les cartes.Paris: Mouton & Gauthier-Villars, 1967.BERTIN, Jacques. Theory of communication and theory of the graphic. International Yearbook of Cartography, v. 18, p.118-126, 1978.

BERTIN, Jacques. A neográfica e o tratamento gráfico da informação. Curitiba: Editora da UFPR, 1986.

CORNER, James. The agency of mapping: speculation, critique and invention. In: COSGROVE, Denis (ed.) Mappings. London: Reaktion Books,1999. Cap. 10, p. 213-252.

DEL CASINO JR., Vincent; HANNA, Stephen. Beyond the “binaries”: A methodological intervention for interrogating maps as representational practices. ACME: An International E-Journal for Critical Geographies, v. 4, n.1, p. 34–56, 2006.

FERRAZ, Claudio Benito de Oliveira. Linguagem, ciência e arte –considerações a partir do “Drama Barroco” de Walter Benjamin. Revista RA ́E GA, n. 16, p. 9-22, 2008.

FONSECA, Fernanda Padovesi; OLIVA, Jaime Tadeu. A geografia e suas linguagens: o caso da cartografia. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999. p. 62-78

INGOLD, Tim. To journey along a way of life: maps, wayfinding and navigation. In: INGOLD, Tim. The perception of the environment: Essays on livelihood, dwelling and skill. New York: Routledge, 2000. Cap. 13, p. 219-242.

JAMESON, Fredric. Postmodernism or the cultural logic of late capitalism. London: Duke University Press, 1991.

KITCHIN, Rob; PERKINS, Chris; DODGE, Martin. Thinking about maps. In: KITCHIN, Rob; PERKINS, Chris; DODGE, Martin (Orgs.).Rethinking maps.New York: Routledge, 2009. Cap. 1, p. 1-25.

MARTINELLI, Marcello. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

MASSEY, Doreen. Pelo espaço: uma nova política da espacialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

OSTROWSKI, Wieslaw. Stages of development of Cartography as a science. Miscellanea Geographica, v.13, p. 267–276, 2008.

PALSKY, Gilles. Map design vs. Semiologie graphique. Reflections on two currents of cartographic theory. In: INTERNATIONAL CARTOGRAPHIC CONFERENCE, 25, 2011, Paris, ICA, 2011, 1-3.

PICKLES, John. A history of spaces. Cartographic reason, mapping and the geo-coded world. London -New York: Routledge, 2004.

ROBINSON, Arthur; PETCHENIK, Barbara Bartz. The nature of maps: essaystoward understanding maps and mapping. Chicago: University of Chicago Press, 1976.

SCHLICHTMANN, HansgeorgCharacteristics traits of the semiotic system ‘map symbolism’. The Cartographic Journal, v. 22, n. 1, p. 23-30, 1985.

______. Codes in map communication. Cartographica, v. 16, n. 1, p. 81-97, 1979.

______. Cartosemiotics: a short dictionary. [S.l.]: International Cartographic Association, 2011.

SILVA, Jorge Xavier da. O espaço organizado: sua percepção por geoprocessamento. Revista Universidade Rural, Série Ciências Exatas e da Terra, v. 21, p. 63-77, 2002.

TURNBULL, David. Maps narratives and trails: performativity, hodology and distributed knowledges in complex adaptive systems –an approach to emergent mapping. Geographical Research, v. 45, n. 2, p. 140-149, 2007.

WOLODTSCHENKO, Alexander. Quo vadis classic cartosemiotics & quo vadis theoretical cartography?Journal for Theoretical Cartography,v. 4; p. 1-18, 2011.

WOOD, Denis; FELS, John. Design on signs/myth and meaning in maps. Cartographica, v. 23, n. 3, p. 54-103, 1986.

WOOD, Denis; KRYGIER, John. Critical cartography In: KITCHIN, Rob; THRIFT, Nigel (Orgs.). International Encyclopedia of Human Geography. Oxford: Elsevier, 2009, v. 1, p. 340-344.

Publicado

2014-04-08

Cómo citar

Girardi, G. (2014). CARTOGRAFIA GEOGRÁFICA: ENTRE O “JÁ-ESTABELECIDO” E O “NÃO- MAIS-SUFICIENTE”. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 30, 65–84. https://doi.org/10.5380/raega.v30i0.36083

Número

Sección

Artigos