ANÁLISE DA VARIAÇÃO POPULACIONAL NO BIOMA PANTANAL ENTRE 2010 E 2022 E O APRIMORAMENTO DA BASE TERRITORIAL DO IBGE PARA O ÚLTIMO CENSO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v63i2.99621

Resumo

Evidências científicas vêm demonstrando com clareza o intenso processo de degradação que o bioma Pantanal tem sofrido nos últimos anos. O objetivo desse artigo foi apresentar uma análise da dinâmica da população residente no território do bioma Pantanal a partir da comparação dos dados do Censo Demográfico 2010 e dos resultados já divulgados do Censo Demográfico 2022 considerando, também, as melhorias na representação geoespacial dos setores censitários no último censo. Os métodos descrevem o desenvolvimento e a aplicação do SIGBT na melhoria da malha de setores, a análise da variação no número de moradores nos setores rurais por meio de mapas de calor e a comparação direta do número de moradores, de homens e de mulheres nos dois censos. Os resultados mostram uma diversidade expressiva entre aumento e redução de moradores e de homens e mulheres no nível do setor censitário. A diminuição da população na área rural do Pantanal foi significativa na sua porção centro-norte, principalmente nos municípios de Corumbá, Barão de Melgaço e Aquidauana. A ocorrência de um fluxo populacional negativo nos setores censitários rurais localizados no bioma entre 2010 e 2022 e a incidência de seca prolongada associada a queimadas sem precedentes nos anos 2019 e 2020, podem indicar um possível impacto negativo desses eventos extremos na permanência dos moradores na área rural do Pantanal.

Biografia do Autor

Nelson Wellausen Dias, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Graduado em Oceanologia pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande (1984), mestre em Geografia pela Indiana State University (1996). doutor em Geografia Física também pela Indiana State University (2001) e com pós-doutorado em sensoriamento remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (2007). Atualmente é Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas do IBGE e atua como Editor-Chefe da Revista Ambiente Agua. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: conservação de recursos hídricos, aplicações de geotecnologias, análise espacial e análise de sustentabilidade. Trabalha com mapeamento de estruturas territoriais e coordena o desenvolvimento de indicadores do ODS 12.

Lucas Halberstadt da Rosa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

 Formação em Engenharia Civil (UFSM, 2003) e Especialização em Engenharia Ambiental e Territorial (Politecnico di Milano, 2011). Até 2016, atuou como consultor em projetos de Engenharia Civil voltados para o Meio Ambiente, atuando como Coordenador do Departamento de Geoprocessamento em empresas de consultoria. Desde 2016 ocupa o cargo de Analista de Geoprocessamento, sendo Chefe da Seção de Produção Integrada de Geoinformação (SPIG) da Superintendência Estadual de Minas Gerais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2017, integrante da Equipe de desenvolvimento do SIGBT, uma ferramenta de edição e atualzação da Base Territorial do IBGE, em nível nacional. Desde 2016, responsável pelo desenvolvimento do sistema PRISMA, para gestão do fluxo de trabalho das pesquisas Base Territorial, Cadastro de Endereços e SPIG entre agências de MG. Em 2025, desenvolvendo essa ferramenta para emprego em âmbito nacional.

Fabiano Saraiva, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Geociências, Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE)

Bacharel em Geografia/UFPR, 1999. Especialista em Análise Ambiental/ UFPR, 2000. Mestre em Geografia na área de concentração de Gestão e Planejamento Ambiental/UFPR, 2002. Analista na área de geoprocessamento no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, atuando na produção de informações geoespaciais e no desenvolvimento de ferramentas computacionais ligadas às atividades de geoprocessamento.

Carlos Eduardo Cagna, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Geociências, Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE)

Mestrando em Geografia Física pela Universidade de São Paulo (USP), com graduação em Gestão Ambiental pela mesma instituição (EACH-USP). Possui experiência profissional no setor público, tendo atuado na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD), onde trabalhou com instrumentos de gestão territorial como o Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) e o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Atualmente, é servidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde atua com a manutenção e atualização da base territorial. Suas principais atividades envolvem o desenvolvimento de soluções em geoprocessamento utilizando Python para QGIS, gestão de banco de dados espaciais com PostgreSQL/PostGIS e análises espaciais diversas. Durante a graduação, desenvolveu projetos de pesquisa com trabalhos apresentados em congressos e realizou estágio na Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo na área de arborização urbana.

Ivan Donisete Lonel, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Geociências, Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE)

Graduação em Engenharia de Computação pela Universidade de São Paulo (2015). Pós-graduação lato sensu em Ciência de Dados pela Universidade Estácio de Sá (2019). Analista de Geoprocessamento no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atuação em desenvolvimento de software e administração de bancos de dados relacionais, com ênfase em sistemas de informações geográficas (SIG).

Fabio Luiz de Oliveira Santos, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Geociências, Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE)

Bacharel em Ciência da Computação Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010), servidor público federal efetivo desde 06/2010, atuando nas áreas de desenvolvimento de sistemas e processos da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Mapeamento da Base Territorial (SISMAP) - sistema web multicamadas distribuído utilizado para manutenção da Base Territorial Censitária. O SISMAP é utilizado pelas 27 Supervisões da Base Territorial, pela Coordenação de Estruturas Territoriais CETE/DGC e por diversas agências do IBGE. A Base Territorial Censitária é utilizada como insumo básico de planejamento e controle de diversas pesquisas domiciliares do IBGE, tais como: Censo Demográfico, Censo Agro, Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar Contínua PNAD-C, entre outras. A Base territorial também é utilizada como insumo para o cálculo das estimativas populacionais usadas pelo TCU para repartição do FPM e FPE.

Diogo José Nunes da Silva, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Engenheiro Cartógrafo formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 2013, com pós-graduação em Machine Learning Aplicado à Análise de Dados pela Unyleya (2021). Atua no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2014 e atualmente ocupa o cargo de gerente de Infraestrutura de Dados e Serviços na Coordenação de Estruturas Territoriais. Possui experiência na gestão e integração de dados geoespaciais e no desenvolvimento de serviços de informação territorial. Trabalha com temas como interoperabilidade de dados e disseminação de informações geográficas, além de aplicar técnicas de análise de dados para aprimorar o uso das informações no contexto institucional.

Roberto Ferreira Tavares, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Diretoria de Geociências, Coordenação de Estruturas Territoriais (DGC/CETE)

Graduação em Engenharia Cartográfica, UERJ, Julho/1986, Cargo de Tecnologista Informações Geográficas e Estatísticas, Coordenador de Estruturas Territoriais do IBGE, Ampla experiência na coordenação de etapas de projetos relacionados à cartografia digital, sensoriamento remoto e integração de dados; Ampla experiência em adaptações metodológicas e aquisição de fontes de bases cartográficas para diversos fins e escalas, conversão, produção cartográfica e modelagem para banco de dados; Ampla experiência na orientação de cadastros em campo, georreferenciamento de dados e sua associação aos objetos de mapas urbanos, mapas rurais ou imagens orbitais. Vem atuando nesta área desde 1986 em diversos projetos de instituições públicas e privadas que desenvolvem trabalhos em cartografia digital, sensoriamento remoto e GIS.

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Publicado

2025-08-20

Como Citar

Dias, N. W., Rosa, L. H. da, Saraiva, F., Cagna, C. E., Lonel, I. D., Santos, F. L. de O., … Tavares, R. F. (2025). ANÁLISE DA VARIAÇÃO POPULACIONAL NO BIOMA PANTANAL ENTRE 2010 E 2022 E O APRIMORAMENTO DA BASE TERRITORIAL DO IBGE PARA O ÚLTIMO CENSO. Ra’e Ga: O Espaço Geográfico Em Análise, 63(2), 76–97. https://doi.org/10.5380/raega.v63i2.99621