GEOMORFOLOGIA BRASILEIRA: QUO VADIS?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/raega.v48i0.75000

Palavras-chave:

Ensino, Pesquisa, Massificação

Resumo

O presente texto analisa os desafios que envolvem a formação adequada de geomorfólogos no Brasil neste início do século XXI. Parte da premissa que vivemos uma época de massificação e que esta massificação é um obstáculo que precisa ser superado. Neste contexto, após avaliar os fatores internos e externos que envolvem a formação do geomorfólogo no Brasil, conclui que a boa instrução depende do avanço da pesquisa de alto nível, mas considera que o sistema Qualis CAPES de avaliação de periódicos prejudica o andamento deste tipo de pesquisa. Conclui ainda que ambos, ensino e pesquisa umbilicalmente relacionados, enfrentam uma série de desafios com destaque para a não desvalorização do empirismo e para a priorização de pesquisas que visem compreender processos de ocorrência global em detrimento das investigações exclusivamente relacionadas a estudos de caso. Pondera que, além desses pontos, existem formas de impactar positivamente a pesquisa e o ensino de Geomorfologia no Brasil. Destacam-se a associação em redes de pesquisa como forma de superar o baixo financiamento e a resistência política frente a movimentos que tentam restringir de forma universal o número de autores por artigo e ou ideologizar as pesquisas científicas. Por fim, considera que vencidos esses obstáculos será possível estabelecer um verdadeiro diálogo internacional e construir no Brasil uma Geomorfologia e uma formação profissional não massificada, densa e original.

Biografia do Autor

André Augusto Rodrigues Salgado, IGC/UFMG

Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002), doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais pela Universidade Federal de Ouro Preto (2006) e em Geociences - Universite d'Aix-Marseille III (Droit, Econ. et Sciences)/França (2006). Pós-doutor em Geociências no Centro Europeu de Ensino e Pesquisa em Geociências (CEREGE)/França (2012) e em Lógica e Metafísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2018/2019). Professor Associado da Universidade Federal de Minas Gerais, está vinculado aos Programas de Mestrado e Doutorado em Geografia da UFMG e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi duas vezes vice-presidente (2011-2012; 2017-2020) e uma vez presidente (2013-2016) da União da Geomorfologia Brasileira (UGB). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 2013, já coordenou projetos de cooperação internacional (CAPES-COFECUB) e foi professor visitante a convite do Mestrado em SIG e Ordenamento do Território da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal) em 2017. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: evolução regional do relevo e geocronologia.

Lívia Perry Rodrigues Salgado, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduanda em Filosofia e bolsista de Iniciação Científica do CNPq

Fernanda Pereira Martins

Possui graduação em Geografia (licenciatura e bacharelado) pela Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (2011). Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (2013) e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (Doutorado) da Universidade Federal de Minas Gerais (2014-2018). Tem interesse em pedologia de regiões de clima tropical e geomorfologia de longo-termo.

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Arquivos adicionais

Publicado

2020-12-26

Como Citar

Salgado, A. A. R., Salgado, L. P. R., & Martins, F. P. (2020). GEOMORFOLOGIA BRASILEIRA: QUO VADIS?. RAEGA - O Espaço Geográfico Em Análise, 48, 167–186. https://doi.org/10.5380/raega.v48i0.75000

Edição

Seção

Artigos