Open Journal Systems

O LUGAR DA PARTICIPAçãO POPULAR NA GESTãO DE SAúDE: MATRIZES CONCEITUAIS E OS RUMOS DA POLÍTICA BRASILEIRA

Eduardo Augusto Werneck Ribeiro, Raul Borges Guimarães

Resumo


O presente artigo visa discutir a municipalização da saúde noBrasil, tendo em vista as referências da Geografia Política eda Ciência Política, em geral. Para isso, é analisada a questãoda participação da comunidade e da forma em que estafoi institucionalizada, bem como suas matrizes doutrinárias.Como irá se demonstrar, a municipalização da política de saúdebrasileira envolveu múltiplos atores sociais, delimitando espaçosde poder dentro da gestão pública. Ao entendermosque o SUS representa uma gestão territorial, suas implicaçõesna qualidade dos serviços prestados refletem ou refletirão naprodução do espaço, assim como no ordenamento territorialda sociedade.

Palavras-chave


Geografia Política; política de saúde; Conselhos Municipais e participação; Political Geography; politic of health; Local Councils and participation

Texto completo:

PDF

Referências


ANDRADE, Regis de Castro. The individual and the citizen in the history of ideas (with an essay on Machiavelli). Lua Nova, n. 57, p. 33-71, 2002.

ANDRIOLI, Antonio Inácio. A democracia direta em Rousseau. Revista Espaço Acadêmico. v. 2, n. 22. ago. Disponível em: Web Acesso em 20/ 3/ 2002.

BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990.

BRASIL. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n. 33, de 23 de dezembro de 1992.

BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Operacional Básica – SUS 01/1991.

BRASIL. Ministério da Saúde. Descentralização das ações e Serviços de Saúde: a ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei. Brasília, 1993.

BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

BENEVIDES, Maria Vitória. Democracia e cidadania. Pólis, Instituto e Assessoria em Políticas Sociais, n. 14, p. 11-19, 1994.

BOBBIO, N. Liberalismo e democracia. São Paulo: Brasiliense, 1988a.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 6. ed. v. 1 e 2. Brasília: Universidade de Brasília, 1994b.

_______, Norberto. Estado, governo e sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987c.

_______. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989d.

_______. A teoria das formas de governo. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1980e.

BLOCH, Renata Arruda de. Democratrização da Gestão da Gestões Pública: a muncipalização da saúde nos municípios brasileiros de pequeno e médio porte. Rio de Janeiro, 1999. Dissertação (Mestrado) – FGV-RJ. 150 p.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. A (re)produção do espaço urbano. São Paulo: Edusp, 1994.

CALDEIRA, César. Entidades representativas e poder local: a participação social institucionalizada. Archè, Rio de Janeiro v. 1, n. 2,1992.

CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. 2 São Paulo: Ática, 1993.

DOWBOR, Ladislau. A intervenção dos governos locais no processo de desenvolvimento. In: BAVA, Silvio Caccia. (Org.). Desenvolvimento local, Pólis, n. 25, p. 29-44, 1996.

FALCãO, Ilka Veras; CARVALHO, Eduardo Maia Freese de; BARRETO, K. Magdala Lima et al. Early cerebrovascular accident: implications in working-age adults assisted by the Brazilian Public Health System. Revista Brasileira da Saúde Materuo Infantil, v. 4, n.1, p. 95-101, jan./mar. 2004.

FIGUEREDO, Jorge Eduardo St. Aubyn de. Comunidade cívica, capital social e conselhos de saúde no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, 2001. 113 p.

FLEURY, Sonia (Org.). Saúde e democracia: a luta do CEBES. São Paulo: Lemos,1997.

GADELHA, Angela Maria Jourdan; COIMBRA JR., Carlos E. A.; STOTZ, Eduardo Navarro et al. The integration of epidemiology and anthropology. História, Ciências, saúde-Manguinhos, v. 6, n. 3, p. 689-705, 2000.

HOUTZAGER, G.; ACHARYA, M. Atores da sociedade civil e atores políticos: participação nas novas políticas democráticas em São Paulo. In: AVRITZER, L. Participação em São Paulo. São Paulo: UNESP, 2004. (no prelo)

INSTITUTO DE SAúDE. Quantos Brasis? Equidade para alocação de recursos no SUS. Imprensa Oficial de São Paulo, 2002.

JANUZZI, P. M. Considerações sobre o uso, mau uso e abuso dos indicadores sociais na formulação e avaliação de políticas públicas municipais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 1, p. 51-72. jan./fev. 2002.

JANUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil: conceitos fontes e aplicações. Campinas: Alínea, 2001.

MACHADO M. H. Macro-micro: os novos desafios da sociologia e os efeitos no campo da saúde. In: CANESQUI A. M. (Org.). Dilemas e desafios das ciências sociais na saúde coletiva. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco.1995. p. 83-93.

MAGALHãES JR, H. M. Estrutura administrativa: um enfoque necessário para a consolidação do SUS. In: CAMPOS, C. R. et al. Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte. São Paulo: Xamã, 1998, p. 177-191.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2004.

MARINHO, Alexandre; FAçANHA, Luís Otávio de F. Programas sociais: efetividade, eficiência e eficácia como dimensões operacionais da avaliação. Rio de Janeiro: IPEA, 2001.

MASSOLO, Alejandra. Em direção às bases: descentralização e município. Revista Espaço e Debate, São Paulo, n. 42, p. 40-45, 1988.

MORAES, A. C. R. de. Ideologias geográficas. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1996.

NETTO,J. S. M. Descentralização e democracia: tópicos para debate. Saúde em Debate, Londrina, n. 3, dez. 1991, 33-39.

SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.

SOUZA, Marcelo Lopes de. Os orçamentos participativos e sua espacialidade: uma agenda de pesquisa. Terra Livre, São Paulo. n. 15, p. 39-58, 2000.

RIBEIRO, E. A. W. A análise geográfica dos gastos municipais em saúde. Dissertação (Mestrado) – UNESP. Presidente Prudente, 2005. 210 p.

TEIXEIRA, S. M. F. Avaliação comparativa das ações integradas de saúde. Divulgação em Saúde para Debate, Londrina, n. 3, p. 78-81, 1991.

VIANNA, A. Programas sociais: efetividade, eficiência e eficácia como dimensões operacionais da avaliação. Rio de Janeiro: IPEA, 2001.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v13i0.7144