Open Journal Systems

GÊNESE DA TEORIA DOS GEOSSISTEMAS: UMA DISCUSSÃO COMPARATIVA DAS ESCOLAS RUSSO-SOVIÉTICA E FRANCESA

Cristina silva Oliveira, Roberto Marques Neto

Resumo


O objetivo do trabalho é expor a gênese da escola Russo-soviética e da escola Francesa de geossistemas e apresentar, em termos sucintos, o que distingue suas maneiras de tratar os problemas ambientais e sociais. Em seguida, será feita uma comparação sobre suas raízes históricas, influências teóricas, com especial atenção à atitude de cada uma frente a duas questões que são fundamentais no estudo dos geossistemas: 1) como cada escola interpreta a questão escalar em suas análises; 2) como cada escola explica a relação entre homem e natureza. Levando em consideração que as duas escolas de pensamento tenham se desenvolvido de modo independente, buscaremos a partir das explanações do texto, sugerir que sejam intensificados os intercâmbios entre as duas escolas de pensamento, de modo a contribuir para um melhor entendimento das principais questões que permeiam o paradigma dos geossistemas na Geografia.


Palavras-chave


geossistemas; estudos da paisagem; homem e natureza.

Referências


ABALAKOV, A. D.; SEDYKH, S. A. Regional-typological study and mapping of geosystems: analysis of the implementation. Geography and Natural Resources, v. 31, p. 317-323, 2010.

ABBAGNANO, N. História da filosofia. 3.ª ed.. Lisboa: Editorial Presença. Vol.6, 1982.

BAZHENOVA, O. I.; PLYUSNIN, V.M.; SNYTKO, V. A. Implementation of the Program of Geographical Station-Based Investigations in Siberia (50 Years Since the Appearance of the Monograph Entitled “Alkuchanskii Govin”). Geography and Natural Resources, Vol. 35, No. 4, pp. 303-309, 2014.

BERTRAND, G. Paisagem e geografia Física Global. Esboço Metodológico. Série Caderno de Ciências da Terra, no 13, IG-USP. 1972.

BEROUTCHACHVILI, N.L. e BERTRAND, G.. Le Géosystème ou Système territorial

naturel. Revue Géographique des Pyrénés et du sud-ouest. Toulose. 1978. p. 167-180.

BERTRAND, G.; BERTRAND, C. Uma geografia transversal e de travessias: o meio ambiente através dos territórios e das temporalidades. Maringá: Massoni, 2007. 332p

BERTRAND, G. Un paisaje más profundo de la epistemología al método. Cuadernos Geográficos. v. 42, p. 1727, 2008.

CAVALCANTI, L. C. S. Da descrição de áreas à teoria dos geossistemas: uma abordagem epistemológica sobre sínteses naturalistas. Pernambuco, 2013. 218p. Tese (doutorado em geografia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

CHEPTULIN, A. A dialética materialista: categorias e leis da dialética. São Paulo, Alfa-Omega, 1982. 354p.

CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem de Sistemas Ambientais. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.

CLAVAL, P. História da Geografia. Lisboa: Edições 70, 2006.

FAPESP: Projeto de Pesquisa nº15/15052-1. A BR-163 – de Cuiabá a Santarém: o papel dos agentes e sujeitos no ordenamento do território e na implementação de políticas públicas. PASSOS, M.M. 2015.

FROLOVA, M. Desde el concepto de paisaje a la Teoría de geossistema en la Geografía Rusa: ¿hacia una aproximacíon global del médio ambiente? Ería. n.70, p.225-235, 2006

____________. “A paisagem dos geógrafos russos: a evolução do olhar geográfico entre o século XIX e XX”. 168. Revista. RA´E GA, Curitiba, n. 13, p. 159-170, Editora UFPR.2007.

HUGGETT, R. J. Geoecology An evolutionary approach. Taylor & Francis e-Library, 2003.

KUZMENKO, E. I. Cartographic approach in studying the structure and dynamics of geosystems as exemplified by the middle Ob region. Geography and Natural Resources, v. 32, n. 2, p. 184-189, 2011.

KUZNETSOVA, T. I.; BYCHKOV, I. V.; BATUEV, A. R.; PLYUSNIN, V. M.; RUZHNIKOV, G. M.; KHMEL’NOV, A. E. Structural-typological characteristics and ecological potential of the Baikal region’s geosystems. Geography and Natural Resources, v. 32, n. 4, p. 315-322, 2011.

LYSANOVA, G. I. SEMENOV, YU. M.; SOROKOVOI, A. A. Geosystems of the Upper Yenisei Basin. Geography and Natural Resources, vol. 32, No. 4, p. 357-362, 2011.

MELNYK, A. Ecological analysis of landscapes. Methodology of landscape research. Dissertations Commission of Cultural Landscape No 9. Commission of Cultural Landscape of Polish Geographical Society, Sosnowiec, 2008.

MONTEIRO, C. A. F. Geossistemas: a história de uma procura. São Paulo: Contexo, 2000. 127p.

NATUREZA. Dicionário enciclopédico eletrônico Russo. Disponível em: [in Russian]. Acesso em: setembro 2014.

NEVES, C. E. A geografia desconhecida de Georges Bertrand: contribuições à discussão e aplicação do “geossistema complexo” no Brasil. Anais XIII Seminário da Pós-Graduação em Geografia “40 anos de contribuição à Geografia Brasileira”. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro-SP, 28 a 31 de março de 2017.

PASSOS, M. M. O modelo GTP (geossistema – território – paisagem). como trabalhar? Revista Equador (UFPI), Vol. 5, Nº 1, (2016). Edição Especial 1, p. 1 - 179.

PENTEADO-ORELLANA, M. M. Metodologia integrada no estudo do meio-ambiente. Geografia. Rio Claro, vol. 10, n. 20. p. 125-148, 1986

RAGULINA, M. V. The Scientific Legacy of V. B. Sochava, and Future Prospects of Cultural Geography. Geography and Natural Resources, vol. 37, pp 1-8, 2016.

REIS JÚNIOR, D. F. C. A nova geografia física bertrandiana (é possível tornar humanístico um fisiógrafo?). Revista Geonorte, Edição Especial, v.4, n.4, p.34- 46, 2012.

REIS JÚNIOR, D. F. C. História de um Pensamento Geográfico: Georges Bertrand. Geografia, Rio Claro, v. 32, n. 2, p. 363-390, mai./ago. 2007.

REIS JÚNIOR, D. F. C.; HUBSCHMAN, J. Pensamento geossistêmico oriental (voz e reverberação). Geografia, Rio Claro, v. 32, p. 555-569, 2007.

REIS JÚNIOR. D. F. C. Conversas sobre o pensamento: Georges Bertrand e a erradia geografia. Geografia, Rio Claro, v. 32, n. 2, p. 500-513, mai./ago. 2007b.

RODRIGUEZ, J. M. M.; SILVA, E. V.; CAVALCANTI, A. P. B. Geoecologia da paisagem: uma visão geossistêmica da análise ambiental.Fortaleza: EDUFC, 2010.

ROOSAARE, J. Physical Geography in Estonia: Bridging Western and Eastern Schools of Landscape Synthesis. GeoJournal 33.1 27-36, 1994.

SNYTKO, V. Use of historical data in mapping geosystems of the Vitim basin. Geography and Natural Resources, vol: 35, pp. 257 -264, 2014.

SNYTKO, V. A.; SEMENOV, Y, M. The study of geosystem structure, development and functioning in Siberia. Methodology of landscape research, Dissertations Commission of Cultural Landscape Nº 9, 2008.

SEMENOV, Y, M.; SNYTKO, V. A. The 50th Anniversary of the Appearance of V. B. Sochava’s. Geography and Natural Resources, vol. 34, pp. 197-200, 2013.

SOCHAVA, V. B. Geography and ecology. Soviet Geography: review and translation. New York, v. 12, n. 5, p. 277-293, 1971.

_________. O Estudo dos Geossistemas. Métodos em Questão. Nº 16. USP-IGEO. São Paulo,1977.

_________. Por uma Teoria de Classificação dos Geossistemas da Vida Terrestre. Biogeografia. São Paulo. n. 14, 1978.

_________. Introducción a la doctrina sobre los geosistemas. Novosibirsk: Nauka, filial de Sibéria, 1978. 318p. (em russo).

_________; KRAUKLIS, A. A; SNYTKO, V. A. Toward a unification of concepts and terms used in integral landscape investigations. Soviet Geography: review and translation, v. 16, n. 1, p. 616-622, 1975.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v47i1.58198