ARTICULAÇÕES ENTRE O ESTADO E O COOPERATIVISMO AGRÍCOLA: UM ESTUDO SOBRE AS COOPERATIVAS DE IMIGRANTES HOLANDESES NOS CAMPOS GERAIS DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v45i1.53376Palavras-chave:
Cooperativismo agropecuário, Espaço rural, EstadoResumo
O cooperativismo agropecuário brasileiro apresenta historicamente uma intrínseca relação com o Estado. Pode-se afirmar que esse vínculo se sustenta através de políticas públicas aplicadas a este setor. Nesse trabalho são demonstradas como as articulações políticas entre o Estado e três cooperativas agropecuárias do Paraná (Batavo/Frísia, Castrolanda e Capal), coincidiram com o processo de modernização da agricultura paranaense. Parte-se de uma abordagem histórica sobre o processo de criação e organização dessas cooperativas iniciado com a chegada de imigrantes holandeses no estado do Paraná. O recorte temporal procurou evidenciar o período pós 1990, marcado por novas estratégias de atuação de mercado e pela reestruturação produtiva dessas cooperativas. A metodologia está baseada em revisão bibliográfica sobre o cooperativismo agropecuário, a imigração holandesa no Paraná e as políticas de Estado direcionadas ao setor cooperativista. Foram consultados diversos relatórios anuais da Frísia, Batavo e Capal e realizada uma entrevista com uma instituição de pesquisa vinculada às cooperativas. O trabalho demonstrou como as estratégias de atuação das cooperativas foram estimuladas pelo Estado e como elas repercutiram sobre o território. Foi observada uma expansão horizontal de unidades produtivas em diversos municípios brasileiros, principalmente nos estados do Paraná e São Paulo. Além disso, o trabalho constatou que a reestruturação produtiva das cooperativas foi conduzida por políticas de Estado, resultando no aumento da verticalização produtiva e, consequentemente, na arrecadação das cooperativas.
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