OS RURAIS E A CIDADE: A MOBILIDADE SOCIOESPACIAL DOS HABITANTES DO CAMPO EM PEQUENOS MUNICÍPIOS DE ECONOMIA AGRÍCOLA
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v44i0.50204Palavras-chave:
Campo, Cidade, Rurais, EspacialidadesResumo
Este artigo trata, especificamente, da mobilidade socioespacial dos rurais em pequenos municípios situados na Microrregião de Viçosa, região de economia preponderantemente agrícola, característica, esta, comum a grande maioria dos municípios brasileiros. A mobilidade dos habitantes do campo, nestes pequenos municípios, tal como acontece em todo o Brasil, tem se intensificado em decorrência da maior facilidade de acesso aos meios de transporte e comunicação que permitem uma aproximação corriqueira com a cidade. Esta interação permite que os rurais estabeleçam múltiplas espacialidades, resultantes dos deslocamentos que realizam aos seus espaços de afinidade. O presente artigo objetivou compreender e identificar os espaços frequentados e ocupados na cidade pelos habitantes do campo, por compreender que os mesmos são reveladores do vínculo de pertencimento dos rurais com à cidade. O estudo foi realizado no pequeno município de Araponga, situado na Zona da Mata mineira, o qual tem na cafeicultura a base de sua economia. Realizou-se uma pesquisa cross-sectional com uma amostra representativa da população, composta por 94 habitantes do campo. Buscou-se identificar na pesquisa quais eram os espaços mais frequentados pelos rurais na cidade. Os resultados revelaram para além dos significados econômicos, culturais e sociais que orientavam a construção das espacialidades citadinas dos rurais, o fato destes se sentirem como parte integrante da cidade. Estas espacialidades representavam, portanto, as suas formas de apropriação da cidade.
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