MORFOMETRIA DO RELEVO E DINÂMICA EROSIVA LINEAR EM ÁREA RURAL DEGRADADA NO OESTE PAULISTA
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v41i0.49280Palavras-chave:
degradação dos solos, desmatamento, morfometria do relevo, feições erosivas lineares, dinâmica erosiva.Resumo
A degradação dos solos representa um problema de proporções mundiais. Na região sudeste do Brasil, um dos principais fatores de degradação está relacionado a erosão linear, consequência do intenso desmatamento. Considerando essa problemática, o objetivo desse artigo foi avaliar a correlação espacial da morfometria do relevo com as feições erosivas lineares, a fim de melhor compreender a dinâmica de tais processos em uma bacia localizada no Município de Marabá Paulista (SP). Para tanto, foram mapeadas em escala 1:10.000, as feições erosivas em sulco, ravina e voçoroca, nos cenários de 1963, 1997 e 2015, e a morfometria do relevo. Dos mapeamentos, quantificou-se a área afetada por sulcos, ravinas e voçorocas de todos cenários e a área ocupada por cada classe de morfometria do relevo. Tais dados foram, posteriormente, avaliados através do Coeficiente de Correlação de Pearson (p) e da densidade normatizada. Como resultado, na Bacia estudada, que desde 1963 apresenta mais de 90% da cobertura superficial alterada para fins agropastoris, observou-se o processo erosivo evoluindo de forma progressiva e sistêmica ao longo dos cenários. A expansão da área atingida por voçorocamento gerou o avanço das ravinas para setores cuja morfometria, teoricamente, não proporciona condições para a ocorrência de tais processos. O mesmo fenômeno registra-se no que se refere aos sulcos erosivos, os quais, por ação erosiva regressiva, posicionam-se nos topos, com baixa potencialidade morfométrica. Constatou-se ainda que, apesar do uso de diversas técnicas de contenção dos processos erosivos, essas não contribuíram para a resolução da problemática.
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