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FRONTEIRA AGRÍCOLA E A ANÁLISE DA ESTRUTURA DA PAISAGEM NA BACIA DO RIO PRETO - OESTE DA BAHIA

Crisliane Aparecida Pereira Santos, Edson Eyji Sano, Pablo Santana Santos

Resumo


Em áreas de Cerrado a expansão da fronteira agrícola tem sido a principal causa de fragmentação da paisagem. Este artigo tem como objetivo analisar a estrutura espacial da paisagem da bacia hidrográfica do Rio preto, por meio da construção de um índice de qualidade estrutural da paisagem, ao longo destes trinta anos de ocupação. Para a determinação do estado da fragmentação dos remanescentes naturais, avaliou-se previamente o padrão de uso e ocupação do solo na bacia durante o período de 1980 a 2010, e em seguida determinou-se as métricas da paisagem por meio da extensão Path Analyst 5.0, que por seguinte, serviu de base para construção de um modelo de qualidade ambiental da paisagem, o IQEP. Os resultados mostraram que o processo da fronteira agrícola no Oeste da Bahia, a partir de 1985, provocou significativas mudanças na estrutura da paisagem ao longo do tempo e do espaço. As sub-bacias Baixo Curso e Rio Sapão apresentaram forte correlação positiva com TCAI, TCA, PSSD, MPS e CA, ou seja, consideradas de melhor qualidade estrutural. Já as sub-bacias Rio Riachão e Rio do Ouro apresentaram significativo comprometimento do padrão estrutural mediante a redução do IQEP, com susceptibilidade à fragmentação da paisagem, em função da maior contribuição do efeito da borda sob a área central do fragmento.


Palavras-chave


uso e ocupação do solo; fragmentação da paisagem; índice de qualidade estrutural da paisagem

Texto completo:

ARTIGO AUTORIZAÇÃO

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v36i0.41679