RECIFE, DINÂMICA URBANA E CENA MANGUEBEAT
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v35i0.39568Palavras-chave:
Uso do território, Metrópole, Cultura Popular, Vanguarda MusicalResumo
Cidade marcada a um só tempo pela desigualdade socioterritorial e pelo seu caráter cosmopolita, o Recife fora o lugar de surgimento do manguebeat ou manguebit, movimentação artística difundida alhures no início dos anos 1990. Sinalizando para a fusão entre a música elétrica e os ritmos negros de matriz brasileira, o manguebeat contribuiu decisivamente para a constituição de um olhar especial sobre a cultura do Recife e de Pernambuco. Operacionalizando a noção de “cena musical”, objetiva-se analisar os nexos entre a dinâmica urbana do Recife e o manguebeat. Abordam-se os contornos da Cena Manguebeat durante o seu período de formação, dinamizada por sujeitos oriundos de diversos lugares e classes sociais da capital pernambucana, pensando e agindo sobre a cidade como abrigo. Discute-se a relação entre a dinâmica da urbe recifense e o manifesto “Caranguejos com Cérebro”, portador de uma crítica ao crescimento desordenado sofrido pela metrópole e anteato para a difusão da Cena Mangue alhures. Tecem-se reflexões sobre os vínculos entre a Cena Mangue, a cultura popular erigida nos lugares e a concepção de vanguarda nas artes. Observam-se assim, as associações e os conflitos entre os sujeitos da Cena e agentes da indústria cultural. Reflete-se sobre a repercussão espaço temporal do Manguebeat, destacando-se a dinâmica dessa Cena no período contemporâneo, presente na urbe recifense e fora dela, aportando em diversos lugares da rede urbana brasileira. Trata-se, o manguebeat, de rica empiria, para, a partir da dimensão cultural, melhor entender o funcionamento da metrópole contemporânea.
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