Open Journal Systems

DINÂMICA ESPACIAL E TEMPORAL DO USO DAS TERRAS E ÍNDICE DE VEGETAÇÃO POR DIFERENÇA NORMALIZADA (NDVI) EM SETOR DE CABECEIRA DO RIO SÃO LOURENÇO, CAMPO VERDE, MT

Anny Keli Aparecida Alves Cândido, Normandes Matos da Silva, Domingos Sávio Barbosa

Resumo


Avaliou-se a dinâmica espacial e temporal do uso do solo na microbacia que contém a nascente do Rio São Lourenço, situada no bioma Cerrado. Foram utilizadas imagens orbitais obtidas pelo sensor Mapeador Temático (TM) do Landsat 5, referentes à órbita/ponto 226/71 dos anos de 1985, 1997 e 2011, com resolução espacial de 30 metros, compreendendo um período de 26 anos. O mapa de uso das terras foi gerado a partir de classificação supervisionada, utilizando o algoritmo Máximo Verossimilhança. O Índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) foi gerado a partir das bandas 4 e 3 correspondentes ao infravermelho próximo e ao vermelho, respectivamente. Verificou-se que mais de 78% da área da microbacia é destinada à agricultura. A classe floresta aumentou no decorrer dos anos analisados, fato este explicado pelo plantio de floresta de eucalipto, no setor norte da microbacia. O NDVI evidenciou áreas que estavam com pouca biomassa vegetal, diferenciando-as das áreas com cobertura vegetal densa. Considerando o NDVI de uma área em processo de recuperação ambiental, denominada de unidade demonstrativa de restauração ecológica, observou-se que com nove meses de implantação, a mesma ainda não apresenta resposta espectral semelhante à mata ciliar adjacente. As matas ciliares da microbacia representam potenciais corredores de dispersão de fluxo biológico, que conectam áreas de planalto situadas no bioma Cerrado à planície sedimentar do Pantanal situada no sudoeste de Mato Grosso. A pesquisa fornece subsídios para a adequação ambiental das propriedades rurais junto à legislação ambiental pertinente.


Palavras-chave


Planejamento Ambiental; Recuperação de Áreas Degradadas; Sensoriamento remoto

Texto completo:

ARTIGO AUTORIZAÇÃO

Referências


ARAUJO, G. H. S.; ALMEIDA, J. R.;GUERRA, A. J. T. Gestão ambiental de áreas degradadas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 320p.2005.AZEVEDO, A.A.; SAITO, C.H.O perfil do desmatamento em Mato Grosso, após implantação do licenciamento ambiental em propriedades rurais. Cerne, Lavras, v. 19, n. 1, p. 111-122, 2013.

CALHEIROS, D.F.; DORES, E.F. G.; OLIVEIRA, M.D.de. Poluição por pesticidas, nutrientes e material em suspensão nos rios formadores do Pantanal Matogrossense. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2006. Disponível em: (http://www.cpap.embrapa.br/publicacoes/online/ADM096). Acesso em: 10/04/2013.

CAMPO VERDE. Economia. Campo Verde: Prefeitura Municipal de Campo Verde. Disponível em: (http://www.campoverde.mt.gov.br/public/data/html/informacoes/economia.html). Acesso em 15 de Jan. 2014.

CÂNDIDO, A.K.A.A.Tratamento de imagens orbitais e suborbitais para caracterização ambiental da Cabeceira do Rio São Lourenço-MT. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) –Instituto de Ciências Agrárias e Tecnológicas, Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2012.

CHAVES, A.A.A.; LACERDA, M.P.C.; KATO, E.; GOEDERT, W.J.; RAMOS, M.L.G.Uso das terras da parte norte da bacia do rio Descoberto, Distrito Federal, Brasil. Bragantia, Campinas, v. 69, n.3, p. 711-718, 2010.

CHECOLI, C.H.B.Gestão participativa da microbacia hidrográfica da Cabeceira do Rio São Lourenço: definição e implantação de diferentes tecnologias para realização do PRAD, Campo Verde –MT. 2012. Dissertação (Mestrado em Recursos Hídricos) -Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2012.

ESRI. Environmental Systems Research Institute. ArcMap. Vesão 9.3.1, Estados Unidos. CD-ROM. 2010.

FATORELLI, L.; MERTENS, F.Integração de políticas e governança ambiental: o caso do licenciamento rural no Brasil. Ambiente & Sociedade, Campinas, v.13, n.2, p. 401-415, 2010.

FERNANDES, L.A.; LOPES, P.S.do N.; D’ANGELO, S.; DAYRELL, C.A.; SAMPAIO, R.A.. Relação entre conhecimento local, atributos químicos e físicos do solo e uso das terras. Revista Brasileira de Ciências do Solo,Viçosa, v.32, n.3, p.1355-1365, 2008.GOOGLE, Earth-Mapas. Imagem CNES/Astrium.2014. Disponível em: (http://earth.google.com/gallery/index.html). Acesso em: 15/01/2014.

GOOGLE, Earth-Mapas. 2012. Disponível em: (http://earth.google.com/gallery/index.html). Acesso em: 23/05/2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Cidades. Disponível em: (http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=510267&search=mato-grosso|campo-verde|infograficos:-informacoes-completas).Acesso em: 10/01/2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapa Político do Brasil com unidades da Federação. Disponível em:(http://downloads.ibge.gov.br/downloads_geociencias.htm). Acesso em: 10/01/2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapa de biomas do Brasil. Escala 1:5000000. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em:(ftp://geoftp.ibge.gov.br/mapas_tematicos/mapas_murais/biomas.pdf ). Acesso em: 10/01/2014.

KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. Conservation of Brazilian Cerrado. Conservation Biology. New York, v. 19, n. 3, p. 707-713, 2005.

LOEBMANN, D.G.dos S.W.; MAÇORANO, R.P.; SILVA, G.B.S.da; VICENTE, L.E.; VICTORIA, D.de C.Interpretação de alvos a partir de imagens de satélite de média resolução espacial. Campinas, SP: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2012. Disponível em: (http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/961448/1/04812.pdf) Acessoem: 17/02/2014.

MALHEIROS, C.H.; HARDOIM, E.L.; LIMA, Z.M.de; AMORIM, R.S.S.Qualidade da água de uma represa localizada em área agrícola (Campo Verde, MT, Brasil). Ambiente & Água, Taubaté, v. 7, n. 2, p. 245-262, 2012.

MATO GROSSO. Relatório daação governamental (RAG): avaliação dos programas –objetivo estratégico 09 (redução do ritmo de desmatamento e recuperação do passivo ambiental e das áreas degradadas dos dos biomas de Mato Grosso).Cuiabá: Governo do Estado de Mato Grosso,22p.2009.

MATO GROSSO. Portal Mato Grosso: Geografia do município de Campo Verde.Cuiabá Disponível em: (http://www.mteseusmunicipios.com.br/NG/conteudo.php?sid=130&cid=728). Acesso em: 23/10/2012.

MOREIRA, J.C.; PERES, F.; SOMÕES, A.C.; PIGNATI, W.A.; DORES, E.de C.; VIEIRA, S.N.; STRÜSSMANN, C.; MOTT, T.Contaminação de águas superficiais e de chuva por agrotóxicos em uma região do estado do Mato Grosso. Ciência & Saúde Coletiva,v.17, n6, p. 1557-1568, 2012.

NOGUEIRA, E.N.; DORES, E.F. G. C.; PINTO, A.A.;AMORIM, R.S. S.; RIBEIRO, M. L.; LOURENCETTI, C. Currently used pesticides in water matrices in Central-Western Brazil. Journal of the Brazilian Chemical Society,São Paulo, v.23, n.8, p. 1476-1487, 2012.

OLIVEIRA, L.C.B.de; GUASSELLI, L.A.; ANTUNES, R.L.dos S.Variação espaço-temporal de NDVI no rio Madeira, na área de aproveitamento hidrelétrico da UHE Santo Antônio –Ro. Revista Geonorte, Manaus, Edição Especial, V.2, N.4, p.1823 –1832, 2012.

PACHECO, A.P.; FREIRE, N.C.F.; BORGES, Utaiguarada Nóbrega. Uma contribuição do sensoriamento remoto para detecção de áreas degradadas na Caatinga Brasileira. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 26, n. 1, p. 49-68, 2006.PCI Geomatics. GeoImaging Products and Solutions. Geomatica Versão 9.1 for Windows, Canadá. CD-ROM. 16 de dez. 2003.

PONZONI, F.J.; SHIMABUKURO, Y. E.Sensoriamento remoto no estudo da vegetação.São José dos Campos: Parêntese, 2010.REIS, A.; BECHARA, F.C.; TRES, D.R.Nucleation in tropical ecological restoration. Scientia Agricola,Piracicaba, v.67, n.2, p.244-250. 2010.

RHOLING, F.J.; SILVA, N.M.da. Padrão de Fragmentação da vegetação nativa na zona rural associada ao perímetro urbano de Rondonópolis, Mato Grosso. Caminhos de Geografia, Uberlândia, v. 13, n. 41, p. 42 –51, 2012.

RISSO, J.; RIZZI, R.; RUDORFF, B.F.T.; ADAMI, M.; SHIMABUKURO, Y.E.; FORMAGGIO, A.R.; EPIPHANIO, R.D.V. Índices de vegetação Modis aplicados na discriminação de áreas de soja. Revista Pesquisa agropecuária brasileira, Brasília, v.47, n.9,p.1317-1326, 2012.

ROUSE, J.W. et al. Monitoring vegetation systems in the Great Plains with ERTS. In: PROCEEDINGS OF THE THIRD ERTS SYMPOSIUM,SP-351 Goddard Space Flight Center, 1973, Washington: NASA, p. 309–317.1973.

SANTOS, A.R.dos; PELUZIO, T.M.de O.; SAITO, N.S.; SPRING 5.1.2 passo a passo: Aplicações práticas. Alegre-ES: Biblioteca Setorial de Ciencias Agrárias da Universidade Federal do Espirito Santo, 2010. Disponível em: (http://www.mundogeomatica.com.br/Livros/Livro_Spring_5.1.2_Aplicacoes_Praticas/Livro_SPRING_512_PassoaPasso_Aplica%C3%A7%C3%A3o_Pr%C3%A1tica.pdf). Acesso em: 23/10/2012.

Secretaria de Estado deMeio Ambiente (SEMA). Bases cartográficas –Hidrografia. Compartilhamento de informações Geográficas. Disponível em: (http://monitoramento.sema.mt.gov.br/simlam/WindowOpenResizable.aspx?WindowOpen=MapaDownloadArquivos.aspx?M=1*A=1&idRetorno=&acao=). Acesso em: 10/08/2011.

Secretaria de Estado deMeio Ambiente (SEMA). Imagens SPOT de 2007. Rondonópolis. Disponível em: (http://www.sema.mt.gov.br/). Acesso em: 15/05/ 2010.

SEOANE, C.E.S.; DIAZ, V.S.; SANTOS, T.L.; FROUFE, L.C.M.Corredores ecológicos como ferramenta para a desfragmentação de florestas tropicais. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo-PR, v. 30, n. 63, p.207 -2016, 2010.

VITAL, M.H. F. Impacto Ambiental de Florestas de Eucalipto. Revista do BNDES,Rio de Janeiro, v. 14, n. 28, p. 235 -276, 2007.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v33i0.36338