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Poluição do ar e doenças respiratórias em Curitiba - PR

Sônia Maria Cipriano BAKONYI

Resumo



A contaminação do ar nos grandes centros urbanos tem sido
um grave problema no último século, merecendo, portanto, a
atenção da comunidade científica e também da população,
como uma fonte de possíveis agravos à saúde. Os efeitos da
poluição do ar sobre a morbidade e também sobre a mortalidade
têm sido observados nas mais diversas regiões do
mundo. A faixa etária mais vulnerável é a das crianças e dos
idosos, mesmo quando os níveis médios dos poluentes não
são tão altos. Para que se pudessem identificar os possíveis
efeitos dos poluentes do ar sobre a população infantil de
Curitiba, realizou-se uma análise descritiva para o período
de 1997 a 2000, e posteriormente um estudo de séries temporais
para 1999 e 2000. Dados diários dos atendimentos
ambulatoriais de 1997 a 2000 foram obtidos junto à Secretaria
Municipal da Saúde (SMS). Os níveis diários do MPT,
fumaça, NO2 e O3 foram obtidos junto ao IAP/Lactec e os
dados referentes ao clima provieram do Inmet. Foi elaborado
um estudo para o período total da distribuição têmporoespacial
das doenças respiratórias e poluentes do ar para a
cidade como um todo e ainda por regiões (mesoclimáticas),
no qual se identificou a Região Nordeste da cidade como a
portadora dos mais altos índices de poluição, bem como do
mais elevado número de atendimentos por doenças respiratórias
(DR). Para a série de 1999 a 2000 elaborou-se um
estudo de séries temporais, no qual se definiu como variável
dependente as DR, e como variáveis independentes os
níveis médios diários dos poluentes, meses do ano, dias da
semana, temperatura mínima e umidade relativa. Utilizouse
a análise de correlação de Pearson e a de regressão de
Poisson-GAM. Os poluentes MPT, fumaça e NO2 apresentaram
associações estatisticamente significativas com as
DR. Estas associações resistiram à inclusão das variáveis
de controle, apresentando risco relativo à saúde. Diante da
importância da poluição sobre a saúde infantil de Curitiba,
no que diz respeito à morbidade, faz-se necessária a adoção
de políticas públicas articuladas entre os diversos setores
que gerenciam a vida urbana, para que se possa garantir a
qualidade do ar curitibano, bem como a saúde de seus habitantes.


Palavras-chave


Doenças; saúde; clima.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v7i0.3370