A TERRITORIALIZAÇÃO DO SEGMENTO CALÇADISTA EM JAÚ: Arranjo produtivo local, atores e governança
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v32i0.31263Palavras-chave:
Territorialização, Arranjos Produtivos Locais, Atores, Governança, Indústria calçadista, JaúResumo
O presente artigo tem como objetivo identificar os principais elementos constituintes do Arranjo Produtivo Local (APL) especializado na fabricação de calçados femininos de Jaú e região, em um conjunto de municípios localizados na parte central do Estado de São Paulo. Trabalha-se com a hipótese de que a constituição dessa aglomeração produtiva, uma das quatro maiores produtoras do segmento no Estado, está atrelada a uma estrutura de governança própria envolvendo atores e instituições em inter-relação e hierarquizados em termos de poderes econômicos e políticos, mesclando cooperação e conflito. O APL de couro e calçados de Jaú é formado por Jaú, segundo maior produtor individual de calçados do Estado de São Paulo, e mais nove municípios de pequeno porte em seu entorno e que possuem elos da cadeia calçadista em seu território (produção final e/ou fornecimento de insumos da cadeia produtiva). A principal concentração industrial, de infraestrutura e de serviços especializados dessa região se concentra em Jaú, tradição que remete às primeiras oficinas de sapateiros dos anos de 1920 e 1930 do século passado. A constituição de um APL se inicia em fins dos anos 1990 e se aprofunda no início dos 2000, com a inclusão da região e seus municípios produtores de calçados no programa estadual de fortalecimento da competitividade em APLs. A territorialização da indústria calçadista em Jaú remete ao quadro composto pelos atores públicos e privados que participam da governança da política estadual de APLs em nível espacial regional e local e, nesse sentido, se deu a construção de uma rede de poder socioterritorial pautada na constante relação de cooperação e conflito envolvendo atores, normas, instituições e convenções articuladas envoltas em planos e programas de ação.
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