INDIGNADOS COM O MUNDO, TRANSTORNADOS COM O INSTITUCIONALISMO: A GEOGRAFIA DO UNDERGROUND CRISTÃO BRASILEIRO NA ERA PÓS-SECULAR E PÓS-CRISTÃ
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v27i0.30421Palavras-chave:
underground cristão, juventude, religiosa, pós-secular, comunidades de afeto e sentido, gêneros musicais alternativos.Resumo
Este artigo é uma continuidade das reflexões já em curso sobre o underground cristão, novo movimento religioso de cariz juvenil que tem como suporte social e estético a atuação performática a partir da arte e da cultura secularizadas (hip-hop, heavy metal, indie, clubber, punk). Adotando um estilo de vida pós-moderno, esses jovens cristãos “descolados” buscam meios de se inserir nas redes jovens do cotidiano social e, em certa medida, se autopromover tanto na comunidade eclesial como nas cenas artísticas independentes (underground, por exemplo). Entender os motivos e implicações dessas novas comunidades confessionais é entender a nova dinâmica religiosa que perfaz a religiosidade juvenil pós-moderna, onde o cosmopolitismo e a estetização são as palavras de ordem, itens obrigatórios do indivíduo assecla e do território religioso alternativo que intenta ser uma heterotopia, isto é, um espaço que carrega as marcas de um mundo em profunda mudança, onde o não-diálogo com o extramuros é considerado heresia e qualquer forma de pensar e agir não que não seja jovem é tido como obsoleto.
Referências
AMARAL, L. Carnaval da alma: comunidade, essência e sincretismo na Nova Era. Petrópolis: Vozes, 2000.
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
BIRCHAL, F.F.S.Nova Era: uma manifestação de fé da contemporaneidade. Horizonte. n. 9. v. 5. dez. 2006. p. 97-105. Disponível em: <http://www.sumarios.org/sites/default/files/pdfs/28728_3804.PDF> Acessado em: 10/11/2010.
BÍBLIA SAGRADA. Bíblia do ministro com concordância: nova versão internacional. São Paulo: Vida, 2007.
BRUSEKE, F.J. Uma vida de exercícios: a antropotécnica de Peter Sloterdijk. Revista Brasileira de Ciências Sociais. n. 75. v. 26. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v26n75/10.pdf> Acessado em: 25/02/2012.
CANEVACCI, M. Culturas eXtremas. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
CARDOSO, D.S. Underground cristão: a construção geográfica de uma cena religiosa jovem alternativa. Porto Alegre: Liro, 2011.
CARSON, D. A. Igreja emergente: o movimento e suas implicações. São Paulo: Vida Nova, 2010.17Conforme diagnóstico de sociólogos e cientistas da religião, e corroborado pelos atuais dados do IBGE (Censo 2010) com relação à filiação religiosa do brasileiro.
CUNHA, M.N. Explosão gospel:um olhasdas ciências humanas sobre o cenário evangélico brasileiro. São Paulo: Mauad, 2007.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
GUERRIERO, S. Novos movimentos religiosos: o quadro brasileiro. São Paulo: Paulinas, 2006.
GUMBRECHT, H.U.Corpo e forma: ensaios para um campo não-hermenêutico. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1998.
HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma investigação sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 1992.
JUNGBLUT, A.L. A salvação pelo Rock: sobre a “cena underground” dos jovens evangélicos no Brasil. Religião & Sociedade. n. 2. v. 27. ago. 2007. Rio de Janeiro. p. 144-162.
KIMBALL, D. A igreja emergente: cristianismo clássico para as novas gerações. São Paulo: Vida, 2008.
MAFRA, C. Os evangélicos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.MARTELLI, S. A religião na sociedade pós-moderna. São Paulo: Paulinas, 1995.
MENEZES, R.C. A dinâmica do sagrado: rituais, sociabilidade e santidade num Convento do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2004.
MONDADA, L.; SÖDERSTRÖM, O. Do texto à interação: percurso através da geografia cultural contemporânea. In: CORRÊA, R.L.; ROSENDAHL, Z. Paisagens, textos e identidade. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2004. p. 133-156.
NOVAES, Regina. Os jovens, os ventos secularizantes e o espírito do tempo. In: TEIXEIRA, F., MENEZES, R. As religiões do Brasil: continuidades e rupturas. Petrópolis: Vozes, 2006. p. 135-160.
OLIVEIRA, C.D.M. Turismo Religioso. São Paulo: Aleph, 2004.
OTTO, R. O Sagrado: Sobre o irracional na idéia do Divino e sua relação com o irracional. Lisboa: Edições 70, 1992.
PIERUCCI, A.F. Resenha. SIMMEL, G. Religião –ensaios, vol. 1. São Paulo: Olho d ́Água, 2010. ISBN 978-85-7642-018-7. 148 p.Disponível em: <http://www.pucsp.br/rever/rv4_2010/r_pierucci.htm> Acessado em: 12/02/2012.
PINTO, F.S. Radicalmente santos: o rock‟n‟roll e o underground na produção da pertença religiosa entre jovens. Proa. v. 1. n. 1. ago. 2009. Disponível em: <http://www.ifch.unicamp.br/proa/artigos/artigoflavia.htm> Acessado em: 12/10/2010.
RODRIGUES, F.L. O rock na evangelização. Rio de Janeiro: MK Ed., 2006.ROSENDAHL, Z. A identidade religiosa na perspectiva geográfica: os lugares sagrados. In: MANOEL, I. A.; ANDRADE, S.R. (Org.). Identidades religiosas. Franca: UNESP-FHDSS/Civitas Ed., 2008a. p. 75-90.
______. A dimensão do lugar sagrado: ratificando o domínio da emoção e do sentimento no ser-no-mundo. In: OLIVEIRA, M.P;COELHO, M. C. N.; CORRÊA, A.M. O Brasil, A América Latina e o mundo:espacialidades contemporâneas. Rio de Janeiro: Lamparina/FAPERJ/ANPEGE, 2008b. p. 331-338.
______. Hierópolis: o sagrado e o urbano. Rio de Janeiro: EDUERJ, 1999.SACK, R. Human Territoriality: its theory and history. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.
SANTOS, B.S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício daexperiência. São Paulo: Cortez, 2001.
SANTOS, M. G. M. P.Conhecimento geográfico e peregrinações: contributo para uma abordagem teórica. In: ROSENDAHL, Z.(Org.). Trilhas do sagrado. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2010. p. 145-187.
SANTOS, M. Modo de produção técnico-científico e diferenciação espacial. Revista Território. ano 4. n. 6. jan/jul. UFRJ, 1999. p. 5-20. Disponível em: <http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/06_2_santos.pdf> Acessado em: 20/02/2012.
SILVA, G. A Igreja precisa voltar a ser protestante. Tribal Generation Magazine. ano 2. n. 2. mai. 2008. Uberlândia. p. 6-7.
SOUZA, R.C. Discursos e práticas fundamentalistas na Igreja Presbiteriana do Brasil. Revista Brasileira de História das Religiões-ANPUH. n. 3. v. 1. jan. 2009.Disponível em: <http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pub.html>, Acessado em: 20/01/2008.
VARELA, F. R. El mito de lacultura juvenil. Última Década. Valparaíso, n. 28, p. 79-90, jul. 2008.
VELHO, O. A orientalização do Ocidente: comentários a um texto de Colin Campbell. Religião e Sociedade. n. 18. v. 1. Rio de Janeiro: ISER, 1997. p. 22-47.
WEBER, M. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaro que o ARTIGO submetido é INÉDITO, ORIGINAL e de MINHA RESPONSABILIDADE. Declaro que o artigo não foi submetido ou está em avaliação em outra revista/periódico.
Estou ciente dos itens presentes na LEI Nº 9.610/98 (DIREITOS AUTORAIS) e me responsabilizo por quaisquer problemas relacionados a PLÁGIO.
Estou ciente de que o artigo submetido poderá ser removido da Revista, caso se observe A QUALQUER TEMPO que ele se encontra publicado integralmente ou em parte em outro PERIÓDICO científico.
Declaro, COMO PRIMEIRO AUTOR, que os demais autores do trabalho estão cientes desta submissão e de que NÃO receberão qualquer tipo de remuneração pela divulgação do trabalho.
Como primeiro autor, autorizo, de antemão, a RA’E GA - O Espaço Geográfico em Análise(ISSN 2177-2738), a publicar o artigo, caso aceito.