Open Journal Systems

AS GEO-GRAFIAS DA MEMÓRIA: O LUGAR FESTIVO COMO BIOGRAFIA ESPACIAL

Patrício Pereira Alves de SOUSA

Resumo


O presente texto analisa a constituição espaço-temporal de um festejo do Congado mineiro a partir dos rituais da Festa de Nossa Senhora do Rosário. A investigação se baseia na noção de “lugar festivo” como uma instituição discursiva que, através das narrativas performatizadas pelos rituais do Congado, define uma maneira de se conceber a história de vida de um lugar. A memória festiva é analisada como fruto de uma disputa de sentidos que negocia e elege as narrativas válidas sobre a biografia de um espaço, permitindo a construção de geo-grafias memoriais.

Palavras-chave


Espaço; memória; lugar festivo; Congado

Texto completo:

PDF

Referências


BENJAMIN, W. O Narrador. In: LOPARIC, Z.; FIORI, O. B. (Org). Os Pensadores XLVIII: Textos Escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 63-81.

BRUNER, J. A interpretação narrativa da realidade. In: ______. A cultura da educação. Porto Alegre: ARTMED, 2001. p. 127-143.

CARLOS, A. F. A. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.

FERREIRA, L. F. O lugar festivo: a festa como essência espaço-temporal do lugar. Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, v. 15, p. 7-21, jan./jun. 2003.

GIACALONE, F. Festa e percursos da educação intercultural. In: FLEURI, R. M. (Org.). Intercultura e movimentos sociais.Florianópolis: Mover, NUP, 1998. p. 127-145.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

HISSA, C. E. V. A mobilidade das fronteiras: inserções da geografia na crise da modernidade. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.

LAMAS, F. G; SARAIVA, L. F.; ALMICO, R. C. S. A Zona da Mata Mineira:Subsídios para uma historiografia. Disponível em: . acesso em: 08/05/2008.

LINDÓN, A. De las geografias constructivistas a las narrativas de vida espaciales como metodologias geográficas cualitativas. Revista da Anpege, v.4, p. 03-27, 2008.

MARTINS, L. M. Afrografias da Memória: O Reinado do Rosário no Jatobá. São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte: Mazza Edições, 1997.

MARTINS, L. M. Performances do tempo espiralar. In: RAVETTI, G.; ARBEX, M. (Orgs.). Performance, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: Departamento de Letras Românicas, Faculdade de Letras/UFMG: Poslit, 2002.

MARTINS, L. M. A oralitura da memória. In: FONSECA, M. N. S. (org.). Brasil afro-brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p. 61-86.PANIAGO, M. C. T. Viçosa - Mudanças sociais e socioculturais; evolução histórica e tendências. Viçosa: Imprensa Universitária, 1990.

POLLAK, M. Memória e Identidade Social.Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

ROBERTO, A. de P. A Festa de Nossa Senhora do Rosário no Serro, Minas Gerais: a reinvenção de uma tradição. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) - Departamento de Economia Rural, Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa 2000.

SANTOS, B. de S. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

TUAN, Y. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: DIFEL, 1983.

VON SIMSOM, Olga Rodrigues de Moraes. Memória, cultura e poder na sociedade do esquecimento: o exemplo do Centro de Memória da Unicamp. Disponível em: . Acesso em: 27/11/2008.




DOI: http://dx.doi.org/10.5380/raega.v20i0.20613