A construção da geografia brasileira
DOI:
https://doi.org/10.5380/raega.v3i0.18222Palavras-chave:
Geografia, Geografia Brasileira,Resumo
Analisando-se a situação atual da geografia brasileira, observa-se que ela é uma das mais ativas que temos conhecimento, de vez que ela é ministrada em nível superior e em nível de pós-graduação em dezenas de universidades situadas nos mais diversos pontos do país. Os geógrafos contribuem com uma vasta produção científica, em livros, em revistas especializadas e não especificamente geográficas, realizam seminários, congressos e reuniões científicas várias vezes por ano e em pontos diversos do território nacional. Além disto, participam ativamente, contribuindo com trabalhos que são apresentados em congressos e simpósios internacionais e desenvolvem trabalhos de planejamento e consultoria em órgãos públicos e privados. Os congressos e encontros promovidos pela Associação de Geógrafos Brasileiros (AGB) reúnem milhares de participantes, não só geógrafos como também especialistas de disciplinas afins e estudantes; a Associação Nacional de Pesquisa em Geografia (Anpege) realiza congressos bianuais, com grande participação e elevadas discussões científicas, e nos encontros latino- americanos de geografia, realizados geralmente de dois em dois anos, a delegação brasileira é das mais numerosas, muitas vezes suplantando 50% dos participantes, como ocorreu em Buenos Aires, em 1997.
Partindo destes pressupostos, podemos refletir como a geografia, ciência que existe desde os tempos mais antigos, mas que se estruturou de forma académica a partir da segunda metade do século XIX, teve um desenvolvimento tão expressivo no país. Como, em um país com tradições universitárias relativamente recentes, pôde esta ciência despertar tão grande interesse, atingindo os limites que atingiu?
Quais as razões e os rumos do simples conhecimento geográfico ou a percepção das paisagens geográficas que levaram os estudiosos e pessoas observadoras a estruturar e construir um conhecimento científico? Quais as relações que existem entre os textos produzidos desde o "descobrimento" - carta de Pêro Vaz de Caminha - ainda no século XV, e os modernos estudos geográficos, as teses acadêmicas, os ensaios e os livros atualmente produzidos?
Necessitamos definir como deve ser entendida a palavra "construção", derivada do verbo construir. A nosso ver devemos levar em conta que nada se encontra construído de forma definitiva e estática na superfície da Terra, sobretudo no campo do saber. Uma construção nunca alcança o fim para que foi estabelecida, já que o próprio processo de construir faz com que se vá modificando o que se planejou e, antes que atinja o fim desejado, este vai se ampliando e se transformando. O saber científico está sempre em perpétua ebulição, com novas descobertas e novos desafios e, conseqüentemente, novas modificações e sugestões a serem desenvolvidas. Daí pensarmos que, no caso específico da geografia brasileira, há uma contínua sucessão de metas a serem atingidas e de meios a serem utilizados para atingir essas metas. Daí também a necessidade que se tem de, ao mesmo tempo que se reflete e se escreve sobre geografia, se refletir e se escrever sobre o pensamento geográfico e a sua evolução, com menor ou maior interação com as outras ciências naturais e sociais.
Na análise desta construção que vamos tentar fazer, procuraremos periodizá-la em fases que não são delimitadas no tempo porque, em geral, duas fases se interpenetram, iniciando-se uma antes que a outra tenha sido concluída.
Admitimos que se sucederam, no Brasil, as diversas fases que se seguem: a das crónicas geográficas, a dos ensaios de interesse geográfico e dos precursores da geografia acadêmica ou científica, a dos geógrafos chamados geralmente de clássicos e a dos geógrafos modernos. Esta última, por ser a mais recente, ocorrida no período em que a produção geográfica foi maior, compreende várias correntes como a teorética, a marxista, a da percepção, a ambientalista e a de outros grupos neopositivistas e dialéticos de menor expressão, entre outras. É interessante analisar cada uma dessas fases para melhor compreender a geografia brasileira nos dias atuais.
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