“Já é doida se ela for normal”: luta antimanicomial e violências contra mulheres institucionalizadas
DOI:
https://doi.org/10.5380/riep.v29i2.92977Palavras-chave:
Violências, Manicômio, Mulheres.Resumo
Buscamos identificar as violências dirigidas às mulheres institucionalizadas em situação de sofrimento mental em consequência da lógica manicomial. Realizamos estudo qualitativo com três mulheres adultas que experienciaram internação em hospitais ou clínicas psiquiátricas, a fim de entender os impactos da violência institucional em suas vidas. As entrevistas foram realizadas de forma online, entre janeiro e março de 2022, em Goiás. Foram gravadas e, posteriormente, transcritas. A análise dos dados foi feita por meio dos núcleos de significação, em uma perspectiva sócio-histórica. Foram constituídos os seguintes núcleos: “Eu tava sendo tratada, mas acredito que não era da maneira correta”: sobre as vivências médicas das participantes e ser mulher no mundo e “Se eles não conseguem ouvir com a pessoa, [...] a resposta pra eles é a injeção na bunda”: violências em âmbito institucional. Encontramos diversas violências cometidas contra as participantes, como descrédito, utilização de medicamentos de maneira forçada e coercitiva, violência física e sexual, negligência, entre outras. O ambiente opressivo e violento das instituições psiquiátricas corrobora para o adoecimento e confusão quanto à própria constituição de si. Por fim, alertamos para a importância de uma sociedade não opressora e com uma rede de atenção à saúde pública fortalecida e bem consolidada.
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