Orphelins de paroles - Órfãos de palavras
DOI:
https://doi.org/10.5380/psi.v10i2.7697Palavras-chave:
subjetividade, psicoterapia clínica, adoçãoResumo
Desde a mais tenra idade, uma criança tem o direito de crescer em sua história, a história que é governou sua concepção e que é delineada por seu desenvolvimento fetal, sem qualquer disjunção entre essa história e aquela após seu nascimento. A exploração da amnésia infantil que consiste na negação da existência de memórias esquecidas do início da vida do sujeito é a negação de uma parte fundamental dessa vida, e é muito difícil para a criança estruturar-se sobre o que não é dito. Desde o princípio de suas vidas, crianças abandonadas podem expressar sinais que podem ser traduzidos em uma busca por significado. O significado de suas vidas. O acesso ao simbólico é aberto para eles entre as linhas de sua história e nomeação. De modo a mudar a filiação, é necessário conhecer o que foi renunciado de modo a lamentar a perda. Para ajudar um órfão a viver completamente seu destino particular, é preciso admitir-se que ele terá que lidar com traços de uma ferida primordial, tanto real quanto simbólica, por toda vida. E é somente ao reconhecer esse fato que a sociedade pode demandar o oferecimento de ajuda a essas crianças por meio da adoção. Essa criança é, sem dúvida, filha de seus pais adotivos, mas também continuará sendo a filha de seus pais biológicos. A dupla lealdade, se não funciona no registro legal, permanece inscrita no inconsciente e pode estar na origem de um mal-estar e certos tipos de comportamentos, bem e mal sucedidos, que são às vezes inexplicáveis.
Palavras-chave: subjetividade; psicoterapia clínica; adoção.
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