População em situação de rua, violações de direitos e modos (est)ético-políticos de resistência: a rua como palco da acontecimentalização da existência.
DOI:
https://doi.org/10.5380/riep.v26i2.76828Palavras-chave:
pessoas em situação de rua, necropolítica, resistências, acontecimento (est)éticoResumo
Este artigo é desdobramento de uma pesquisa sobre população em situação de rua e violações de direitos. Debateremos, aqui, um aspecto do referido estudo por nós considerado fulcral, a saber: os processos de resistências e os modos de enfrentamentos (est)ético-políticos produzidos por pessoas em situação de rua, frente às violações de seus direitos. Epistemologicamente, orientamo-nos principalmente pela teorização relativa às relações de poder desenvolvidas por Michel Foucault, articulando-a sucintamente à problemática da necropolítica, proposta por Achille Mbembe. A produção da matéria empírica da pesquisa ocorreu por meio de observações, conversas informais, registros em diário de campo e quatro interlocuções; com pessoas que estavam ou já estiveram em situação de rua há mais de três meses, e que viviam na região central de Florianópolis/SC. A perspectiva da análise de práticas discursivas e produção de sentidos foi a estratégia teórico-metodológica utilizada para a discussão da empiria. Buscou-se, por fim, lançar questionamentos e ampliar discussões acerca da população em situação de rua, suas resistências e enfrentamentos (est)éticos frente às violações de direitos, bem como problematizar as relações de poder que atravessam a vida na rua e, quiçá, romper com lógicas hegemônicas e universais acerca das possibilidades de existência dessas populações.
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