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“Tudo é trabalho”: representações sociais de gestores de transportes sobre o trabalho intensificado.

Ariane Serpeloni Tavares, Rosemeire Aparecida Scopinho

Resumo


O objetivo do artigo é apresentar os resultados e análises oriundos de uma pesquisa qualitativa que buscou compreender as representações sociais (RSs) de gestores de logística sobre o trabalho intensificado. Foram realizadas dez entrevistas semiestruturadas com gestores que atuavam na área de transportes, em empresas privadas de grande porte. Os resultados apontaram que os gestores vivenciavam uma condição laboral bastante intensificada, caracterizada pelo elevado ritmo e pela extensão da jornada, dentro e fora do local de trabalho. Os entrevistados revelaram a existência de consequências paradoxais do trabalho intensificado: por um lado ele causava problemas na saúde, invadia o espaço privado e levava a dificuldades na conciliação das diversas esferas da vida; por outro, suportar e aceitar as condições de trabalho intensificadas aumentava as chances de crescimento profissional e diminuía os riscos de perder o emprego. Quanto às causas do trabalho intensificado, os gestores tenderam a atribuir ao sujeito a responsabilidade pela intensificação laboral, entretanto, aspectos como influência da liderança, características do ramo de transportes, trabalho como terceirizado, qualidade da equipe, cultura meritocrática e condições de trabalho proporcionadas pela empresa também foram elencados como fatores que afetavam a intensidade do trabalho.


Palavras-chave


Intensificação do Trabalho; Gestores; Transportes; Representações Sociais.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/psi.v24i2.65042