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Disfunção erétil e psicopatologia: um estudo clínico

Maria Virgínia Filomena Cremasco, Mário Eduardo Costa Pereira

Resumo



Objetivo: Estudar sob a perspectiva psicanalítica aspectos psicopatológicos de sujeitos com sintomas de disfunção erétil (DE) de etiologia psicogênica. Método: Avaliação e tratamento psicoterápico (com duração de 3 anos entre 1998-2001) de 25 homens com diagnóstico de disfunção erétil psicogênica acompanhados no Ambulatório de Psiquiatria da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Resultados: Dos 25 homens estudados, um apresentou ego-distonia com relação à sua preferência homossexual e um apresentou um quadro psiquiátrico diagnosticado como borderline e apresentando abuso de substâncias químicas. Os outros sujeitos apresentavam quadro de ansiedade (23), baixa autoestima (20) e depressão (23) com crescente dificuldade de relacionamentos interpessoais após a instalação dos sintomas. Para 23 dos 25 homens analisados, os medos associados ao fracasso sexual revelaram inseguranças com relação à própria masculinidade, apoiada psiquicamente no desempenho sexual e por intermédio da ereção. Conclusão: O sintoma de DE levanta a questão da masculinidade, afetando o ser masculino e confirmando a sensação subjetiva da “impotência” sexual. Tanto o sujeito masculino como o sintoma ficam implicados no fracasso erétil como “impotentes”. Foi observada uma estreita correlação entre sintomas sexuais e o seu duplo, a constituição da identidade masculina. Nenhuma tentativa foi feita para esgotar todas as possibilidades simbólicas de entender a psicopatologia da DE. O objetivo foi abrir um campo de diálogo e discussão sobre o pathos, como o sofrimento psíquico dos pacientes e sua expressão sintomática.

 

Palavras-chave: disfunção erétil; psicopatologia; psicanálise.


Palavras-chave


disfunção erétil; psicopatologia; psicanálise

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/psi.v14i1.13841