Os dispositivos de racialidade e o silenciamento da mulher negra no Brasil: um problema filosófico

Autori

Abstract

 A obra Lugar de fala (2017) da filósofa Djamila Ribeiro, apresenta de que forma o feminismo negro reivindica a ocupação das mulheres negras em espaços de poder, sua importância política e seu protagonismo como uma forma de resistência frente a supremacia branca, patriarcal e machista, o que suscita a problemática em relação ao conceito de mulher dentro da nossa sociedade brasileira. Visto isso, nosso objetivo é abordar essa categoria de mulher negra em uma perspectiva que a coloca como “o outro do outro”, isto é, a mulher negra pensada a partir de um não lugar de existência social e política. Assim, instaura-se nosso problema filosófico: pode a mulher negra vir a ocupar um lugar digno de existência social e política? Nossa hipótese é a de que a discriminação e a violência, assim como a forte influência do racismo, atuam como mecanismos e formas de poder que silenciam o corpo e a voz feminina, de tal modo que seja necessário romper com a ideia de que a mulher deve continuar a ser vista pelo olhar do homem, sobremaneira o branco e ocidental. Para tanto, se faz necessário estabelecer ligações com o livro insubmissas lagrimas de mulheres (2016), da escritora Conceição Evaristo, numa tentativa de compreender as vivencias compartilhadas por mulheres negras, bem como um diálogo com Sueli Carneiro – em Dispositivos de racialidade (2023), para entender os modos de construção de subjetivação da mulher negra em nosso país.

Biografia autore

Maria Das Graças Pereira Ribeiro, Universidade Estadual da Paraíba

Meu nome é Maria Das Graças, sou da Paraíba, curso licenciatura em filosofia pela Universidade Estadual Da Paraíba.

Riferimenti bibliografici

BEAUVOIR, Simone. Segundo sexo: fatos e mitos. Tradução, Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: A construção do outro como não ser como fundamento do ser. Rio de Janeiro: Editora Schwarcz S.A, 2023.

EVARISTO, Conceição. Insubmissas lagrimas de mulheres. Rio de Janeiro: Malê editora, 2016.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2012.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

MONZI, Maya; COROA DOS ANJOS, Maria E. S. O CORPO, A CASA E A CIDADE: TERRITORIALIDADES DE MULHERES NEGRAS NO BRASIL. Revista Rev. Bras. Estud. Urbanos Reg. Artigos - Dossiê território, gênero e interseccionalidades. nº 23, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202132pt. Acesso em 26 de setembro de 2023.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de falar. São Paulo: Pólen, 2014.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Tradução, José Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

TRHTH, Sojourner. E não sou uma mulher? Tradução, Osmundo Pinho. University of texas, Austin, 2014. Disponível em: https://www.geledes.org.br/e-nao-sou-uma-mulher-sojourner-truth/. Acesso em: 26 de setembro de 2023.

Pubblicato

2024-10-31

Come citare

Pereira Ribeiro, M. D. G., & Silva Batista, T. (2024). Os dispositivos de racialidade e o silenciamento da mulher negra no Brasil: um problema filosófico. Cadernos PET-Filosofia, 24(1), 19. Recuperato da https://revistas.ufpr.br/petfilo/article/view/92790

Fascicolo

Sezione

Artigos