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SOFIA OU DA EDUCAÇÃO FEMININA: CIDADANIA FEMININA NA OBRA EMÍLIO, DE J.-J. ROUSSEAU

Veronica Calado, Geraldo Balduíno Horn

Resumo


O objetivo do presente ensaio consiste na realização de análise comparativa entre os aspectos relativos aos projetos pedagógicos propostos pelo fi lósofo J.-J. Rousseau aos homens e às mulheres na obra Emílio, ou da educação, com o intuito de responder ao seguinte questionamento: em que medida Sofi a, personagem idealizada por Rousseau como companheira de seu aluno fi ctício, pode ser considerada um sujeito político (cidadã)? Qual a intenção do projeto político-pedagógico que orienta sua educação? Ao contrário da educação masculina, de viés fortemente emancipador, é possível observar que os princípios orientadores da formação de Sofi a limitam-se a reforçar estereótipos de fragilidade e dependência, os quais confi nam e, em alguma medida, confortam as mulheres modernas ao estado de subjugação. Submetidas a um modelo educacional rígido, as mulheres são, desde a mais tenra idade, doutrinadas a agradar e a obedecer. A existência de projetos educacionais tão distintos fornece elementos para a discussão acerca da extensão dos ideais revolucionários modernos, em especial os de liberdade e igualdade, e suas implicações no que diz respeito ao reconhecimento da inferioridade social atribuída à mulher na sociedade do século XVIII. Esta pesquisa foi desenvolvida à luz do método qualitativo, partindo de aporte teórico centrado nas obras de Rousseau e de seus comentadores.

Palavras-chave


Educação; Mulheres; Desigualdade de gênero; Emílio, ou da educação; J.-J. Rousseau.

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nesef.v11i1.89057