RUPTURA, DEMARCAÇÃO E POLÍTICA: O OUTRO COMO O LIMITE IRRACIONAL DA CIÊNCIA OCIDENTAL
DOI:
https://doi.org/10.5380/nesef.v11i1.89056Palavras-chave:
, Filosofia da Ciência, irracionalismo, racionalidade, demarcação, rupturaResumo
O presente trabalho desenvolve uma crítica ao modelo epistêmico europeu, nas suas pretensões universais e hegemônicas, partindo da problemática que se apresenta a partir da construção do pensamento científi co ocidental na redução do mundo, da natureza e do humano aos caracteres compreensíveis pela razão. Tal processo reducionista da razão estabelece dois problemas que abordamos em nosso texto; por um lado, através negação e silenciamento de outros modelos epistemológicos, a razão europeia ocidental busca afi rmar-se como modo único de conhecimento; por outro, na realização do projeto racional ocidental, a razão é instrumentalizada nos fi ns propostos da dominação econômica da sociedade. Para perfazer tal crítica, partiremos da concepção de ciência de Gastón Bachelard, e nos dirigiremos a crítica lukasciana à razão instrumental burguesa; a partir da necessidade da irracionalidade, tal qual colocada na crítica lukasciana, nos voltamos ao pensamento de Ilya Prigogine e Isabelle Stengers para uma análise da destruição do outro no modelo epistemológico único, universal e hegemônico da ciência ocidental. Por fi m, faremos uma contraposição entre os conceitos de ruptura, de Bachelard, e de demarcação de Stengers, averiguando os limites da alteridade e diversidade no modelo epistemológico ocidental.
