A PANDEMIA E O APROFUNDAMENTO DA RACIALIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.5380/nesef.v9i2.77987Palavras-chave:
Racismo estrutural, pandemia, capitalismo, crise, colonialismo.Resumo
O presente artigo irá analisar a racialização da sociedade, que se iniciou
com o colonialismo, e se mantém na contemporaneidade como elemento
estruturante das relações sociais e econômicas, utilizando o conceito de
racismo estrutural, e a relação que tal fenômeno possui com o manejo
das crises cíclicas d o capitalismo, incluindo a atual crise causada pela
pandemia do Corona Vírus. Desse modo, a pandemia será analisada não
somente como uma crise sanitária, mas uma crise social, e suas consequências,
como resultados das escolhas feitas pelos diferentes governos
diante da mesma. A divisão sociobiológica dos seres humanos perpetrada
pelo colonialismo infl uencia diretamente no direito à vida e na insensibilização
da morte e exploração de determinados grupos raciais, algo claro
através das análises sociais dos impactos da pandemia. Em momentos
de crise, com o aprofundamento das desigualdades e do caos social, o
racismo (apresentado de distintas maneiras: xenofobia, genocídio, fascismo)
é utilizado como elemento chave de interpretação do fenômeno,
como um bode expiatório para uma justifi cativa moral e individualista
da questão, e leva a sociedade a diferentes graus de fascismo.