AMASSANDO À MASSA
BASTIDORES DA MÍDIA, PODER POLÍTICO FAMILIAR E DEMOCRACIA
Resumo
Este artigo analisa à abrangência e os efeitos do capital midiático familiar nas instituições de poder político, tomando como objeto de estudo o Grupo Massa. A ênfase está no levantamento de um debate teórico sobre os meios de comunicação, concomitante a compreensão das consequências do monopólio midiático no Brasil e à sua influência no ambiente político, salientando a interferência da esfera privada na esfera pública por meio de formas de dominação e da imposição de limites à democracia. A metodologia genealógica, com apoio da prosopografia, em conexão com o debate crítico utilizado como recurso explicativo é central na identificação dos interesses, comportamentos e valores dos indivíduos pesquisados e das implicações dessa relação na dinâmica política. Inclui-se análises bibliográficas e documentais. O Grupo Massa, um dos maiores grupos de comunicação do país, é marcado por uma prosopografia familiar conservadora e personalista, o controle familiar sobre os meios de comunicação é estrategicamente utilizado para garantir arranjos políticos voltados aos interesses dos proprietários. O que contribui para a ampliação de uma mentalidade reacionária e para o fortalecimento de uma cultura política dissociada dos interesses coletivos, homogeneizando significativamente a opinião pública e impondo restrições ao avanço democrático, uma vez que quem é dono da voz dos fatos é quem impõe o seu poder na história.