PARENTESCO E POLÍTICA NO PODEMOS PARANAENSE (2017-2021)
Resumo
O artigo revisita dados e discussões realizadas na dissertação de mestrado do autor, com o objetivo de caracterizar e comparar o capital político-familiar das dezesseis lideranças à frente da comissão executiva estadual do Podemos no Paraná no período de 2017 a 2021. Através da prosopografia familiar desses agentes, segmentamos o conceito de capital político-familiar em dimensões que nos possibilitaram comparar e indicar em cada caso a força e extensão dos vínculos com parentes políticos, contribuindo, assim esperamos, para o debate sobre a influência dos laços familiares na dinâmica política, apontando a existência de diferenças significativas relativas à influência que esse recurso pode exercer numa trajetória política. Os resultados indicaram que, antes do ingresso na direção estadual do partido, nove das dezesseis lideranças tinham vínculos familiares com agentes que já desempenharam atividades política, e que, além disso, as cinco comissões em questão contaram com alguma liderança que tinha pelo menos sete parentes políticos. Agentes oriundos de famílias políticas ainda são uma constante nos espaços políticos, ainda que haja grandes diferenças entre essas famílias, com variações no grau de envolvimento de cada agente com sua própria família política. Concluímos, por fim, que o critério para contabilidade do capital político-familiar deve ter amplitude suficiente para captar vários graus de parentesco, pois considerar apenas parentes ascendentes é insuficiente na compreensão das possibilidades de atuação político-familiar.