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YVELISE FREITAS DE SOUZA ARCO-VERDE: UMA SÍNTESE BIOGRÁFICA DE UMA PERSONAGEM ACADÊMICA DA UFPR NA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

Marcelo Gonçalves Marcelino, João Batista da Silva Nascimento

Resumo


O presente artigo procura analisar sociologicamente a trajetória da única mulher que ocupou a Secretaria de Estado da Educação do Paraná sendo professora de carreira da UFPR na segunda gestão consecutiva do governador Roberto Requião de Mello e Silva em 2008. A professora Yvelise tem uma longa carreira acadêmica desde a década de 1970 no setor de educação e carrega consigo capitais herdados da longa tradição familiar que sua biografia revela através do seu próprio depoimento numa transcrição da sua narrativa gravada[1]. A relevância desse objeto de pesquisa apresentado justifica-se à medida que as instituições de Estado, em especial no Brasil resistem em incluir as mulheres, mesmo que pertencentes as elites profissionais e acadêmicas e a própria classe dominante nos seus quadros de mais elevada estatura política administrativa. Yvelise representa o papel das mulheres que pertencem as frações da classe dominante com “capitais” herdados, acumulados e lapidados ao longo da sua trajetória e que demonstra empiricamente o paradoxo da ausência das mulheres nos altos postos da tecnocracia, das instituições políticas de Estado e das próprias empresas. Desta maneira procuramos identificar e analisar de forma sociológica como Yvelise se posiciona no campo educacional e no subcampo da UFPR e da própria Secretaria de Educação do Paraná como sendo apenas uma das seis mulheres que assumiram esse cargo desde a criação dessa instituição no final da década de 1940 no Paraná. Esse artigo esclarece ao mesmo tempo que essa abordagem sociológica a partir da biografia contada pela própria Yvelise precisa ser discutida com um viés crítico como aponta o sociólogo Pierre Bourdieu no que ele denomina como “ilusão biográfica”; mas ao mesmo tempo compreendemos que a crítica e a reflexão necessária não invalidam a narrativa biográfica como preâmbulo para um trabalho sociológico mais robusto no sentido de permitir outros apontamentos e incursões.

[1] Para publicação do referido artigo, consta em posse da Revista NEP o documento onde a professora Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde autoriza publicação total ou parcial da referida entrevista, concedida ao pesquisador e mestrando João Batista da Silva Nascimento.


Palavras-chave


Instituições, Poder, Classe dominante, Mulheres.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v7i2.84063

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