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PATRONATO RURAL, RELAÇÕES DE PARENTESCO E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA (PRIMEIRAS ANOTAÇÕES)

Regina Angela Bruno, Afonso Fernandes, Felipe Prado

Resumo


Vários estudos sobre o patronato rural no Brasil ressaltam a importância da família e das relações de parentesco na representação política e corporativa de grandes proprietários de terra e empresários rurais e do agronegócio, ainda que não tenham esta questão como seu objeto central. Neste sentido, numa primeira aproximação ao problema, o objetivo do artigo é refletir sobre o papel da família na construção da representação política do patronato rural no Brasil. Tendo como referência empírica Roberto Rodrigues e Katia Abreu – dois principais expoentes da atual geração de representantes do patronato rural e do agronegócio – interessa-nos entender como as classes dominantes agrárias brasileiras concebem e recorrem à família e às relações de parentesco na construção e reprodução do poder político. De uma perspectiva mais geral, três aspectos são definidores da dinâmica das relações familiares do patronato rural e orientam a representação política e corporativa dos grandes proprietários de terra e empresários rurais e do agronegócio no Brasil: i- a força dos clãs familiares na política, ii- o entrelaçamento de práticas consideradas modernas e atrasadas e iii- um conservadorismo arraigado. Como veremos, enquanto Rodrigues defende uma concepção de família como unidade administrativa de gestão profissional dos negócios, Katia Abreu ressalta os valores da tradição familiar como principal traço da política. Assim, pudemos constatar que, mesmo com significativas diferenças, ambos recorrem à instituição família como ferramenta de construção da sua representação política e forma de reprodução social, encontrando nas relações familiares fontes fundamentais de legitimidade política e social. 


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i3.54381

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