A PRODUÇÃO ANTROPONÔMICA PARA A POLÍTICA: CASOS NO PARANÁ, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.5380/nep.v3i3.54327Resumo
“Como uma pessoa se torna o que é, e como se tornará o que será?” Para responder a essa questão o sociólogo francês Daniel Bertaux, na década de 1970, utilizou do conceito de antroponomia, com o significado de ser a “formação e/ou definição do ser humano de acordo com a classe social em que nasceu” e sendo a “família o lugar principal da produção antroponômica”. Assim, este trabalho tem por objetivo discutir a pertinência do conceito de antroponomia como instrumento de análise sociológica, além de discutir e relacionar o termo com a bibliografia que vem tratando, em especial, do tema família e política. Na política, identificam-se políticos que ao longo de gerações seus familiares vêm ocupando cargos eletivos, enquanto exemplos concretos da chamada “produção antroponômica” dada pela família para a política, segundo Bertaux. Mas, por se tratar de um fenômeno amplo no Brasil e no mundo (visível, mas pouco discutido), o presente texto limita-se a apresentar alguns exemplos de políticos que há gerações suas famílias exercem poderes políticos no Estado do Paraná, como forma, também, de “mapear” tal dado sociológico no atual contexto democrático brasileiro.