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Elementos em transição em Os Meninos Crescem e a Última Tropa, de Domingos Pellegrini

Andrius Felipe Roque, Luciana Pereira Iasinski

Resumo


Retratando o cenário do norte pioneiro, Domingo Pellegrini criou obras representativas da literatura paranaense, como O homem vermelho (1977) e O caso da chácara chão (2000), que garantiram ao autor dois Prêmios Jabuti. Apesar do regionalismo, seus textos dialogam com o humano em busca do existencial, daquilo que permanece apesar das transformações no ambiente. Para ele, o homem luta para continuar a ser o mesmo, ainda que mais moderno. Percorrem suas histórias conflitos de transitoriedade, em dimensões sociais, familiares e pessoais. A este trabalho, portanto, cabe analisar elementos em transição presentes em duas obras do escritor londrinense, Os meninos crescem (1977) e A última tropa (1998). O primeiro livro reúne alguns contos reescritos de Os meninos (1977), e outros inéditos, situando a infância e a adolescência como temas. O segundo narra a história de um garoto de Tibagi, que parte para a última viagem tropeira do grupo do pai, com o objetivo de vender mulas em São Paulo. Em análise desses textos, é estabelecido diálogo entre a ficção realista de Pellegrini e as transformações sociais que o Brasil vivenciava partir da metade do séc. XX, como o acesso aos automóveis, a legalização do divórcio e o intenso êxodo rural. Paralelamente, também há os conflitos da adolescência nas personagens meninos, caracterizando um período de transição pessoal (moral, psicológica e sexual). Esse jogo entre modernização e afirmação pessoal, então, movimenta as personagens na trama, de modo a revelarem a crítica do autor à perda de valores tradicionais, que sucumbem à modernidade.


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i2.53531

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