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Relações de parentesco como alavancagem para conversão de capital político

José Lázaro Ferreira Barros Júnior

Resumo


Por meio de uma analogia com o mercado financeiro, busca-se corrigir uma inconsistência no modelo de análise proposto pelo autor, em 2011, na dissertação “Desempenho eleitoral nas eleições proporcionais de 2008 em Curitiba”, sobre a instrumentalização das relações pessoais no processo de conquista do voto. Na época, a classificação elaborada a partir de entrevistas qualitativas com candidatos eleitos para a Câmara de Vereadores colocou lado a lado, com diferentes qualidades de capital social (de ligação, de ponte, de conexão, solidariedade comprometida e imperativo moral), as relações de parentesco e o protagonismo nos meios de comunicação social. Entendia-se que esses sete tipos de relações pessoais podiam ser convertidas em capital político. Contudo, feita a reanálise do trabalho de campo, percebeu-se que os dois últimos, em especial as relações de parentesco, não concorrem com os outros tipos de capital social – pelo contrário, são evocadas para catalisar a conversão daqueles laços sociais em desempenho eleitoral. No mercado financeiro, um procedimento semelhante é chamado de alavancagem, quando uma pessoa toma empréstimo para realizar uma segunda operação de capitais. Neste artigo é sugerido que a alavancagem baseada nas relações de parentesco influencia a política, notadamente marcada por assimetrias de informação, como uma operação em que o nome da família, por exemplo, é oferecido como garantia da transação – no caso, da representação política. 


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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/nep.v3i1.52565

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