Relações de gênero e processos de despatriarcalização das famílias sob a ótica das crianças
DOI:
https://doi.org/10.5380/nep.v2i5.49564Resumo
Este artigo apresenta uma pesquisa, realizada em uma instituição de Educação Infantil da rede municipal de São Paulo, que buscou investigar as concepções das crianças relacionadas à família. O trabalho reflete sobre as transformações na unidade doméstica decorrentes, principalmente, do empoderamento feminino que tem sido apontado como um dos propulsores da despratriarcalização familiar decorrente da falência do modelo tradicional conjugal que tem dado lugar a novas formas de configuração familiar. Problematiza também as violências e subordinação de gênero que marcam as relações na família e na sociedade, entre homens e mulheres, nas quais as crianças estão participando e vivenciando. A partir dos estudos de gênero e feministas, discute as formas estratégias de manutenção do sistema patriarcal em nossa sociedade, as formas colonizadoras de se conceber família, a partir de uma perspectiva patriarcal que desconsidera as novas configurações familiares. Tem como base o referencial teórico metodológico da Sociologia da Infância, que considera a criança como protagonista da pesquisa utilizando-se da etnografia com as crianças para revelar suas formas de reflexão. Busca contribuir trazendo reflexões acerca das relações que marcam as desigualdades sociais desde a pequena infância, propondo a desconstrução de postulados coloniais produtores de imagens distorcidas e cristalizadas das famílias.