Dicotomia natureza e cultura e seus reflexos nas estruturas de parentesco
DOI:
https://doi.org/10.5380/nep.v2i2.47004Resumo
Por sua relevância para a Antropologia, debates em torno da relação natureza-cultura, além de recorrentes, se encontram presentes no âmbito dessa ciência desde muito. Contudo, com o desenvolvimento de estudos etnográficos, importantes antropólogos passaram a refutar a dicotomia entre natureza e cultura, dentre estes, Claude Lévi-Strauss, que atribuiu esse dualismo à criação artificial de cultura. Este autor adotou a posição em comento como método, permitindo-lhe uma fecunda análise da realidade. Em seguida, surgiram as contundentes críticas de Philippe Descola e Bruno Latour, sendo este o responsável por destrinchar o mecanismo por trás da máquina purificadora, importante artifício para o afastamento dos fatos naturais dos culturais. Não alheia à superação desse paradigma dualista, as estruturas de parentesco também sofreram mudanças em suas bases, o que acaba por implicar alterações em relações até então tomadas como certas.