Fogo de (no) chão: pinhão, quirera e chimarrão – a comida como base cultural da Região do Contestado

Autores

  • Heitor Matos da Silveira
  • Nilson Cesar Fraga

DOI:

https://doi.org/10.5380/nep.v1i1.43275

Palavras-chave:

Geografia Cultural-Humanista. Sabor. Região do Contestado

Resumo

O presente artigo tem como escopo apontar os resultados obtidos durante a pesquisa “Fogo de (no) chão: pinhão, quirera e chimarrão – a comida como base cultural da Região do Contestado” onde discutimos o conceito de sabor na Geografia a partir das comidas típicas da referida região e do caboclo, como a quirera com porco, o pinhão sapecado e o consumo da erva-mate. A Geografia tardou em estabelecer relações com o estudo da alimentação, diferentemente do que aconteceu com a Antropologia, que tem em sua base fundante o estudo das práticas alimentares, e a História, em seus estudos sobre a história da alimentação. Apesar dessa tardia relação, os geógrafos culturais passaram a considerar a alimentação e os processos de cozimento como atos culturais, buscando compreender desde a produção até as formas de consumo, manuseio, cozimento e preparo. Com a ascensão da geografia humanista e a busca por uma geografia e uma ciência orgânica, recolocando o ser no espectro dos estudos geográficos e da ciência, se preocupando com a experiência geográfica, mediada pelos sentidos do corpo. Sabor, saber e paisagem são a tríade central deste estudo, ao passo que os saberes de preparo, cozimento e colheita dos alimentos criam paisagens específicas de cada lugar, regendo os sabores dos lugares, regiões. O pinhão, a quirera com porco e o chimarrão são a base alimentar do caboclo e criam paisagens contestadas a partir destes sabores, requerendo estudos mais aprofundados para se pensar na cultura, na identidade e no meio ambiente.

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Publicado

2015-10-01

Como Citar

Silveira, H. M. da, & Fraga, N. C. (2015). Fogo de (no) chão: pinhão, quirera e chimarrão – a comida como base cultural da Região do Contestado. Revista NEP - Núcleo De Estudos Paranaenses Da UFPR, 1(1), 303–327. https://doi.org/10.5380/nep.v1i1.43275