RESENHA - ASSOMBROS DA CASA-GRANDE: A CONSTITUIÇÃO DE 1824 E AS VIDAS PÓSTUMAS DA ESCRAVIDÃO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5380/nep.v11i2.100214

Resumo

RESUMO

Trata-se de resenha crítica do livro "Assombros da Casa-Grande: A Constituição de 1824 e as Vidas Póstumas da Escravidão", de Marcos Queiroz. O livro está dividido em três partes organizadas da forma que permite ao leitor compreender a história do constitucionalismo brasileiro e a evolução do escravismo no Brasil sob uma perspectiva jurídica e social. Na primeira parte, Queiroz disseca a estrutura da branquitude brasileira, revelando a perversidade jurídica, social e histórica subjacente. Em seguida, faz uma análise aprofundada da primeira Constituição do Brasil, de 1824, frequentemente considerada liberal, mas que ele demonstra estar intimamente ligada à perpetuação da escravidão. A terceira parte do livro explora a relação intrínseca entre liberalismo e escravidão, destacando como o passado colonial ainda influencia diretamente o presente. A metáfora do "baile escravocrata" descreve a continuidade da influência escravocrata na cultura e política brasileiras, marcada por avanços e retrocessos, demonstrando que o escravismo continua nas práticas sociais contemporâneas. Ele desafia a noção de “linearidade” histórica, argumentando que os legados da escravidão continuam a assombrar as condições socioeconômicas modernas, especialmente entre as elites e nas instituições públicas. Além disso, Queiroz examina a estratégia do silenciamento da escravidão e do racismo adotada pelas elites, especialmente por juristas brasileiros, que serviu para perpetuar interesses privados e destacar a continuidade das desigualdades raciais. O livro levanta questões cruciais sobre o constitucionalismo e a raça, questionando quem eram os verdadeiros cidadãos do Brasil do século XIX e como o direito e a violência racial se entrelaçaram para expandir o escravismo nas regiões mais remotas do país. Ao explorar as disputas políticas entre senhores e escravizados dentro do contexto das plantations, Queiroz lança luz sobre as complexidades das relações sociais e jurídicas desse período. Com efeito, esta resenha apresenta uma análise detalhada do livro, enfatizando a importância de revisitar o passado, deliberadamente silenciado, para compreender as nuances da sociedade brasileira atual.

Biografia do Autor

JOANA D ARC VIEIRA DE OLIVEIRA, Instituto de Direito Público IDP

Advogada.  Mestranda em Direito Constitucional no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Membra do Grupo de Pesquisa Peabiru, do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP, Membra do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).  

Marília Silva Oliveira de Sousa, Instituto Brasileiro de Ensino

Mestranda em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) e Mestra em Políticas Públicas para Infância e Juventude da Universidade de Brasília (UNB). Membra dos grupos de pesquisa Peabiru e CASP, ambos do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). Bolsista Capes (PROSUP).

Tatyane Karen da Silva Goes, Instituto Brasileiro de Ensino

Servidora pública do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, Assessora Jurídica da Diretoria-Geral, professora da PUC-GO, Mestra em Direito, Relações Internacionais e Desenvolvimento pela PUC-GO,  Doutoranda em Direito Constitucional no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Membra do Grupo de Pesquisa Peabiru, do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).

Referências

QUEIROZ, Marcos. Assombros da casa-grande: a Constituição de 1824 e as vidas póstumas da escravidão. 1. ed. São Paulo: Fósforo, 2024.

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Publicado

2025-12-16

Como Citar

VIEIRA DE OLIVEIRA, J. D. A., Silvia Oliveira de Sousa, M., & Karen da Silva Goes, T. (2025). RESENHA - ASSOMBROS DA CASA-GRANDE: A CONSTITUIÇÃO DE 1824 E AS VIDAS PÓSTUMAS DA ESCRAVIDÃO. Revista NEP - Núcleo De Estudos Paranaenses Da UFPR, 11(2), 226–233. https://doi.org/10.5380/nep.v11i2.100214