Uma possível cronologia do pós-colonial: protagonismo anticolonial, formatos modulares do estado-nação e uma descolonização que não chega.
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v72i2.95957Palavras-chave:
Descolonização, Afro-asiatismo, Imaginação políticaResumo
Neste artigo propomos conceber a descolonização dentro das possibilidades materiais para sua realização, trazendo para o centro do debate historiográfico, em primeiro lugar, o problema político-epistêmico que sua definição apresenta. Para seguidamente, analisarmos a arena política internacional constituídas nos espaços afro-asiáticos desde 1955, a partir da Conferência de Bandung. Problematizaremos a extensão e profundida dos processos de independência, em especial no continente africano. Nosso interesse se centra em indagar o significado das mudanças advindas da libertação, para além dos projetos nacionais, bem como, da retórica diplomática das lideranças políticas do período. A intenção de nosso estudo buscou refletir a descolonização desassociada de seu caráter teleológico enquanto conceito universal para o progresso racional da modernidade e sua projeção desenvolvimentista. Investigamos, então, quais as possibilidades práticas de imaginação política sucederam no contato da descolonização enquanto luta anticolonial no século XX, contrapondo as ideias de soberania do lugar reivindicado pela libertação, com as construções que se sucederam dos estados pós-coloniais no contexto africano.
Referências
ABBAY, Alemseged. Nationalism in historic Ethiopia. Nationalism and ethnic politics, v. 16, n. 3-4, p. 269-289, 2010.
ANDERSON. B. Comunidades imaginadas. Reflexiones sobre el origen y la difusión del nacionalismo, Fondo de Cultura Economica, Mexico D.F., 1993.
ANDREW, CH. The World Was Going Our Way: The KGB and the Battle for The Third World, Vol. 2, Basic Books, 2005.
BHABHA, H. O local da cultura, Editora UFMG, Belo horizonte, 1998.
CASTRO-GOMEZ, S. & GROSFOGUEL, R. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Siglo del Hombre Editores, Bogotá, 2007.
CHAKRABARTY, D. The Legacies of Bandung: Decolonization and the Politics of Culture, In: LEE, CH. Making a world after empire: the Bandung moment and its political afterlives. Ohio University Press, Athens, 2010. pp. 45-68.
CHATTERJEE, P. Nationalism, Internationalism, and Cosmopolitanism: Some Observations from Modern Indian History. Comparative Studies of South Asia, Africa and the Middle East, v. 36, n. 2, p. 320-334, 2016.
___________. La Nación en Tiempo Heterogéneo, Ediciones Siglo XXI, Buenos Aires, 2008
___________. Colonialismo, modernidade e política. Tradução: Fábio
Baqueiro Figueiredo. Salvador: EDUFBA, 2004.
CLAPHAM, Christopher. The structure of regional conflict in northern Ethiopia. Disasters, v. 15, n. 3, 1991, p. 244-253.
DUARA, P. Decolonization. Perspectives from now and then, Routledge, New York, 2004
DÜLFFER, J. & FREY, M. Elites and Decolonization in the Twentieth Century, Palgrave Macmillan, New York, 2011
ESCOBAR, A. La invención del Tercer Mundo. Construcción y deconstrucción del desarrollo. Fundación editorial el perro y la rana, Caracas, 2007.
FANON, F. Os condenados da terra. Ed. Ulisseia, Lisboa, 1965
FERRO, M. Diez lecciones sobre la historia del siglo XX, Siglo XXI Editores, México D.F., 2003
FUKUJAMA, F. El fin de la historia y el último hombre. Edit. Planeta, Madrid, 1992
GADDIS, J.L. Nueva historia de la Guerra Fría, Fondo de Cultura Económica, México, D. F., 2012.
GUHA, R. Dominación sin hegemonía. Historia y poder en la India colonial, Traficantes de Sueños, Madrid, 2019
_______. Las voces de la historia y otros estudios subalternos, Editora Critica, Barcelona, 2002
HABTU, Alem. Ethnic Federalism in Ethiopia: Background, Present Conditions and Future prospects, EAF International Symposium on Contemporary Development Issues in Ethiopia. 2003, p.1-33.
HOBSBAWM, E. A era dos impérios: 1875-1914. Editora Paz e Terra, 1998.
_____________. Era dos Extremos. O breve século XX 1914-1991, Companhia das Letras, São Paulo, 1996.
_____________. Historia del siglo XX, Grijalbo Mondadori, Buenos Aires, 1994.
HONG, Y-S. Cold War Germany, the Third World, and the Global Humanitarian Regime. Cambridge University Press, New York, 2015
HUNTINGTON, S. El choque de civilizaciones y la reconfiguración del orden mundial, Epublibre, 1996
JUDT, T. Reflexões sobre um século esquecido, 1901-2000, Objetiva, Rio de Janeiro, 2008.
KI-ZERBO, J. História da África Negra II. Trad. Américo de Carvalho. Viseu: Biblioteca Universitária, 1972.
LEE, CH. Making a world after empire: the Bandung moment and its political afterlives. Ohio University Press, Athens, 2010.
MAKKI, F. Culture and agency in a colonial public sphere: religion and the anti-colonial imagination in 1940s Eritrea. Social History, v. 36, n. 4, p. 418-442, 2011.
MBEMBE, A. O tempo que se move. Cadernos de campo, São Paulo, n. 24, p. 369-397, 2015
MIGNOLO, W. Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad e gramática de la descolonialidad. Buenos Aires: Ediciones del Signo, 2010.
MILKIAS, Paulos. METAFERIA, Getachew. (Ed.) The Battle of Adwa: reflections on Ethiopia’s historic victory against European colonialism. Algora Publishing, 2005.
MUNHOZ, S. Guerra Fria: história e historiografia, Appris, Curitiba, 2020.
NASSER, G. A. Egypt’s Liberation the Philosophy of the Revolution. Mondiale Press: Cairo, 1955.
QUIJANO, A. “Colonialidad del poder y clasificación social”. In: Journal of World-System Research, VI, 2. New York. 2000. pp.342.
SAID, E. Cultura e Imperialismo, Editora Anagrama, Barcelona, 1996
SOARES, Felipe Paiva. A biblioteca do selvagem: leitura e revolução na África: os casos de Gamal Abdel Nasser e Kwame Nkrumah. 2019. 259f. Tese (Doutorado em História) - Programa de Pós-Graduação em
História, Instituto de História, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.
SPIVAK, G. Critica de la razón poscolonial. Hacia una historia del presente evanescente, Ediciones Akal. S, A., Madrid, 2010.
TIBEBU, Teshale. The making of modern Ethiopia: 1896-1974. The Red Sea Press, 1995.
VIJAY, P. Las naciones oscuras. Una historia del Tercer Mundo. Ediciones Peninsula, Barcelona, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
Os textos da revista estão licenciados com uma Licença 
Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
