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As paixões políticas nos subterrâneos da vida punk: as est/éticas dos ressentimentos em revolta a partir de Pierre Ansart

Josianne Francia Cerasoli, João Augusto Neves Pires

Resumo


Na Região Metropolitana de São Paulo, na década de 1980, como muitas outras cidades conectadas pelas veias abertas da globalização, corriam a cantar os/as bandos/as punks. Esse período, que corresponde ao contexto de efervescência dessas errâncias urbanas, coincide com a publicação de La gestion des passions politiques (1983), do sociólogo Pierre Ansart, refletindo sobre a participação de sentimentos e paixões na vida política. Apesar de não mencionar essas manifestações em Paris, suas contribuições teóricas e metodológicas possibilitam averiguar a maneira pela qual ressentimentos e revoltas mobilizaram essa produção est/ética. Para isso, nos serviremos de cartas, fanzines e fonogramas que compõem a Coleção Movimento Punk preservada no Centro de Informação e Documentação Científica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (CEDIC/PUC) e catalogada durante nossa pesquisa para o acervopunk.com.br. A partir do pressuposto de que as emoções da cólera revoltada compunham essas manifestações, pretendemos analisar as dinâmicas afetivas e suas ressonâncias nas performances punks e conurbações/conturbações de São Paulo. Acreditamos que as lentes de análise propostas por Ansart são fundamentais para averiguar as ambivalências afetivas na arte e nos jogos das paixões políticas intrínsecas ao circuito punk.


Palavras-chave


Ressentimento; Punk; São Paulo (história); Pierre Ansart;

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v70i2.85900