Os deuses no exílio: rituais religiosos e cultos romanos na poesia de Ovídio
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v69i1.74505Palavras-chave:
Poesia Latina, Ovídio, Religião RomanaResumo
Este trabalho discute festividades e cultos religiosos existentes em Roma, no início do período imperial, a partir de menções e descrições presentes em duas obras do poeta Ovídio (43 a.C.-17/18 d.C.): os Fasti, poema-calendário que apresenta as celebrações de cada dia do ano e narra suas etiologias e origens lendárias, e os Tristia, primeira coletânea de elegias tematizando o suposto exílio do poeta na cidade de Tomos, às margens do mar Negro e nos limites do Império. A fim de examinar as interseções entre culto privado e festividades públicas na Roma antiga, bem como investigar suas ressignificações em âmbito poético, abordamos duas celebrações religiosas referidas nessas obras – o culto privado em comemoração do aniversário e em honra do Genius, divindade tutelar individual (Tristia 3.13; 5.5); e as festas Quinquatria, em honra de Minerva (Tristia 4.10.13-14; Fasti 3.809-847). Após analisar as preces e procedimentos rituais envolvidos em cada uma dessas manifestações religiosas, refletimos sobre as novas significações atribuídas a elas na poesia de Ovídio. Nela, os cultos religiosos, mais do que registros históricos precisos, constituem reelaborações poéticas que, partindo de um lastro religioso, suscitam reflexões acerca das relações de poder na Antiguidade.
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