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A transmissão ao vivo de campeonatos de surfe pela internet: padrões televisivos, inovação e questões para a história do esporte

Pedro Cezar Duarte Guimarães, Rafael Fortes

Resumo


As transmissões esportivas ao vivo por meio da radiodifusão pública (televisão aberta e rádio) tem sido um objeto negligenciado pelos estudos históricos do esporte. Neste trabalho, abordamos uma modalidade esportiva que raríssimamente foi transmitida por televisão e rádio, mas que, nos últimos 15 anos, passou a ser transmitida por meio da internet: o surfe. O artigo encontra-se dividido em três partes. A primeira trata do ao vivo, característica historicamente relevante da televisão; das articulações entre o ao vivo e a imediaticidade do ao vivo esportivo; e abordamos a convergência tecnológica e as transmissões ao vivo por streaming. Na segunda parte, discutimos características do surfe e das competições desta modalidade que, historicamente, a tornam um desafio para as transmissões televisivas ao vivo; e descrevemos a plataforma/aplicativo da World Surf League e seu funcionamento técnico. Por fim, examinamos o corpus transmissão da bateria final do Corona Open J-Bay 2017, etapa do Circuito Mundial masculino de surfe. A descrição e análise incluem práticas adotadas na transmissão e dados do aparato audiovisual e do esforço tecnológico mobilizados pela plataforma WSL. Entre os nossos objetivos está compreender como os padrões clássicos da transmissão esportiva televisiva ao vivo dialogam com as práticas de exibição de campeonatos de surfe online. Para tanto, utilizamos uma bibliografia que inclui estudos históricos do esporte e discussões em em torno das possibilidades de espectatorialidade propiciadas pela tecnologia streaming e dos aspectos consolidados no léxico de transmissão esportiva teorizados por Garry Whannel.


Palavras-chave


História do esporte; História da comunicação; World Surf League

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v68i2.72596