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As relações de poder nos jogos olímpicos (1920- 2020): uma análise da participação das atletas brasileiras sob a perspectiva teórica de Norbert Elias

Ana Flávia Braun Vieira, Miguel Archanjo de Freitas Junior

Resumo


Este artigo busca compreender os principais elementos dos processos históricos que contribuíram para os diferentes níveis de participação de atletas brasileiras nos Jogos Olímpicos entre 1920 e 2020. Para tanto, foram adotados conceitos desenvolvidos na teoria dos processos civilizadores e outros estudos de Norbert Elias, visando compreender as relações de poder entre os sexos e as consequências das novas configurações na dinâmica entre homens e mulheres. Nesse sentido, foram utilizados como fontes dados obtidos em documentos oficiais do Comitê Olímpico Internacional e do Comitê Olímpico Brasileiro, que possibilitaram o acesso à informações referentes a participação das esportistas brasileiras, como também a identificação das modalidades praticadas, e permitiram estudar os padrões socialmente desejáveis para as mulheres no esporte ao longo desde período, bem como as mudanças nas relações sociais e suas motivações. A interpretação histórico-sociológica proposta permitiu compreender que os avanços e retrocessos em relação à participação das mulheres nos esportes olímpicos – e na sociedade em geral – está relacionada à forma como o Estado se organiza e controla a violência, além de demonstrar que períodos autoritários são mais propícios para o aumento da desigualdade entre os sexos. Apesar da tendência de maior igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nos esportes disputados por brasileiros nas Olimpíadas, ela não necessariamente se desenvolve de maneira homogênea em outras esferas da vida.


Palavras-chave


Norbert Elias; estabelecidos-outsiders; relações de poder entre os sexos; Jogos Olímpicos;

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DOI: http://dx.doi.org/10.5380/his.v68i2.72578