ENTRE A CARIDADE E O SABER MÉDICO: OS EMBATES EM TORNO DA ASSISTÊNCIA ÀS CRIANÇAS ABANDONADAS NO RECIFE (1840-1860)
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v65i1.53887Palavras-chave:
Assistência à Infância no Recife, Caridade, Saber MédicoResumo
Entre os anos de 1840 e 1860, a assistência social no Recife foi duramente criticada, em particular a que era destinada às crianças expostas e à instituição responsável por elas: a Casa dos Expostos. Neste artigo procuro historicizar as tentativas do discurso médico de construir uma noção de salubridade, de organização e gestão das crianças abandonadas e pobres asiladas na Casa dos Expostos que se confronta com os costumes e as práticas caritativas arraigadas profundamente na cultura. A força do discurso médico-higienista ganha concretude com a aprovação do Regulamento dos Estabelecimentos de Caridade de 1847. Mas a tentativa de regular, ordenar, limpar, vigiar e instituir um meio salubre e higiênico se confronta com formas variadas de vida e respostas emanadas das crianças, mulheres, amas de leite e famílias pobres, que não apenas resistiam às tentativas de controle e regulamentação de sua vida, mas também faziam usos diversos da Instituição. O saber médico precisou de mais tempo e de muitos embates, com diferentes formas de vida e de reinventar no mundo, para galgar hegemonia sobre a população e a cidade, bem como para estabelecer um discurso homogêneo dentro de suas próprias fronteiras. Mas sua vitória não se deu sem conflitos, além de ter sofrido algumas derrotas.
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