QUANDO O RIO ERA BLACK: SOUL MUSIC NO BRASIL DOS ANOS 70
DOI:
https://doi.org/10.5380/his.v63i2.46702Palavras-chave:
Raça, Cultura nacional, Comparações entre Brasil e Estados UnidosResumo
A partir de documentos encontrados nos arquivos da Polícia política do Rio de Janeiro, este artigo explora as atitudes públicas em relação ao “Black Rio”: a explosão da música e da dança soul nas festas da juventude negra da classe trabalhadora nesta cidade, nos anos 70. Especificamente, o artigo usa a reação ao Black Rio por parte da polícia secreta, de oficiais militares e de outros, como a direita política, juntamente com a cobertura do fenômeno, tanto na imprensa em geral quanto na imprensa alternativa, para ilustrar as formas com que os nacionalismos de esquerda e de direita convergiram para delimitar os espaços aceitáveis para a política e a cultura negra durante essa fase do regime militar. O artigo também usa a controvérsia Black Rio para se engajar nos debates acadêmicos atuais sobre a política de estudos comparados de raça entre Brasil e Estados Unidos. O artigo demonstra que o claro entusiasmo dos dançarinos de soul pelos estilos “black” não era uma medida de reconhecimento da superioridade dos poderes políticos de ativismo racial dos EUA (como alguns estudiosos afirmam), nem uma capitulação aos padrões “imperialistas” da política racial (como outros lamentam). Pelo contrário, o entusiasmo por todas as coisas “black” entre um segmento da juventude negra do Rio foi uma tentativa de posicionar estrategicamente o contraste tradicional entre os sistemas e políticas raciais dos EUA e do Brasil para levantar a questão sobre os estreitos espaços de expressão política e cultural baseada em raça, no país.
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